O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou neste sábado que o país não entregará suas terras em negociações de paz com a Rússia, rejeitando veementemente a sugestão do ex-presidente Donald Trump, de fazer trocas de território para alcançar um acordo.
Zelensky condena negociações sem a Ucrânia
Horas após Trump anunciar uma reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, em Anchorage, no Alasca, sem a presença de representantes ucranianos, Zelensky afirmou que qualquer decisão contra ou sem a participação da Ucrânia compromete a busca pela paz. “Qualquer decisão tomada contra nós, sem Ucrânia, é uma decisão contra a paz”, afirmou em vídeo divulgado nas redes sociais.
O líder ucraniano destacou que Kiev não permitirá que a Rússia obtenha “qualquer prêmio” pelo que fez durante o conflito. “Readaptações de territórios propostas por Trump não representam solução viável para nós”, acrescentou.
Trump defende troca de territórios na paz com a Rússia
O ex-presidente americano anunciou na sexta-feira, na Casa Branca, que se reunirá com Putin em 15 de agosto, no Alasca, uma região que foi parte do Império Russo antes de ser adquirida pelos Estados Unidos em 1867. Ele afirmou que um eventual acordo de paz passaria por uma troca de territórios, visando beneficiar ambos os lados.
“Vamos recuperar algumas áreas e trocar outras, para melhorar a situação de todos”, declarou Trump, que também anteviu que as negociações serão inéditas desde o encontro entre Biden e Putin, em Genebra, em 2021.
Respeito à Constituição ucraniana
Repetidamente, Zelensky citou a Constituição do país, que proíbe a devolução de territórios conquistados, reiterando que a Ucrânia não negociará sua integridade territorial. “Nosso território não será entregue, independentemente de qualquer proposta externa”, afirmou, reforçando o compromisso de Kiev de defender suas fronteiras.
Perspectivas futuras das negociações
As declarações de Zelensky indicam que a Ucrânia continuará resistindo a quaisquer propostas de ceder terras, mesmo diante das pressões internacionais. Especialistas apontam que a posição de Kiev representa um obstáculo para as negociações de paz em um cenário de alta tensão entre as potências globais.
Analistas também avaliam que a postura de Zelensky reforça o apoio do governo ucraniano ao princípio de soberania e integridade territorial, essenciais para a retomada de suas regiões ocupadas.


