Brasil, 28 de dezembro de 2025
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Denúncias contra deputados por motim na Câmara levantam polêmica

Presidente da Câmara, Hugo Motta, encaminhou denúncias contra 14 deputados de oposição por obstruírem o plenário por 30 horas.

O clima na Câmara dos Deputados está tenso após a decisão do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), de encaminhar denúncias contra ao menos 14 deputados de oposição, resultantes de um motim que obstruiu o plenário por cerca de 30 horas. A medida foi tomada em uma reunião da Mesa Diretora na última sexta-feira e levanta questões sobre a conduta parlamentar e a aplicação de medidas disciplinares.

Os deputados alvos das denúncias

Os congressistas que estão sendo acusados poderão enfrentar a suspensão de seus mandatos por até seis meses. Entre os nomeados estão deputados conhecidos, como Marcel Van Hattem (Novo-RS), Marcos Pollon (PL-MS), Paulo Bilynskyj (PL-SP) e Júlia Zanatta (PL-SC). Os partidos PT, PSB e PSOL foram os responsáveis pelas denúncias em decorrência da obstrução realizada nos dias 5 e 6 de agosto.

Além dos deputados mencionados, a acusação também envolve a deputada Camila Jara (PT-MS), que, embora não conste na lista por obstrução, será avaliada pela Corregedoria após ser denunciada pelo PL por um suposto empurrão no colega Nikolas Ferreira (PL-MG).

Como funcionará o processo de análise das denúncias?

A Mesa da Câmara dos Deputados se reuniu para discutir a situação e decidiu que todas as denúncias seriam imediatamente encaminhadas à Corregedoria Parlamentar. Uma nota divulgada pela Secretaria-Geral da Mesa informou que a análise é fundamental para a apuração do ocorrido. A Corregedoria tem um prazo de 48 horas para se manifestar sobre os pedidos de suspensão dos mandatos. Se a decisão for favorável, a resposta será enviada à Mesa Diretora, que encaminhará ao Conselho de Ética. Este último terá três dias úteis para votar a solicitação.

Esse procedimento, que visa acelerar a análise e possível suspensão dos mandatos, foi aprovado no ano passado durante a presidência de Arthur Lira (PP-AL). A nova regra começou a ser aplicada em 2023 e já levou à sanção de dois deputados em casos anteriores.

A crise política se intensifica

A obstrução na Câmara, iniciada na noite anterior ao motim, foi uma resposta dos opositores à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os deputados exigiam que a mesa pautasse temas sensíveis, como a anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro e a revogação do foro privilegiado.

O presidente da Câmara, Hugo Motta, caracterizou o fato como “algo muito grave”, e ressaltou a importância de que a ordem na Casa seja respeitada. “Não se pode permitir que um grupo de parlamentares ocupe fisicamente o plenário com o intuito de impedir o andamento dos trabalhos”, afirmou Motta durante uma entrevista à CNN Brasil.

Aliados do presidente consideram que a medida adotada por Motta é uma forma de reafirmar sua autoridade, principalmente após ter sido impedido de assumir sua posição na presidência durante o motim. A obstrução durou mais de 30 horas, e a situação se agravou com a recusa dos parlamentares de desocupar a mesa, levando Motta a promulgar uma nova ordem.

Perspectivas futuras e reações

Os deputados que participaram do motim, como Van Hattem, Pollon e Zé Trovão, estão sendo apontados como os casos mais graves. Zé Trovão, por exemplo, teria bloqueado o caminho de Motta para sua cadeira na presidência. Em resposta, Van Hattem declarou que a manifestação realizada foi pacífica e que as representações seriam arquivadas.

As repercussões desse incidente ainda estão por vir, e a resposta da Corregedoria em relação às penas será crucial para definir os próximos passos na Câmara dos Deputados. Com a crise política em alta, a atuação de cada parlamentar será constantemente observada, e a possibilidade de novas suspensões pode ser uma realidade no futuro próximo.

Lista de deputados alvo das representações analisadas

  1. Sóstenes Cavalcante (PL-RJ)
  2. Nikolas Ferreira (PL-MG)
  3. Zucco (PL-RS)
  4. Allan Garces (PP-MA)
  5. Carol de Toni (PL-SC)
  6. Marco Feliciano (PL-SP)
  7. Domingos Sávio (PL-MG)
  8. Marcel Van Hattem (NOVO-RS)
  9. Zé Trovão (PL-RS)
  10. Bia Kicis (PL-DF)
  11. Carlos Jordy (PL-RJ)
  12. Paulo Bilynskyj (PL-SP)
  13. Marcos Pollon (PL-MS)
  14. Julia Zanatta (PL-SC)

A situação na Câmara dos Deputados mostra como a política brasileira pode ser conturbada e repleta de conflitos, refletindo a complexidade do cenário político atual.

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