Os usuários do cartão Riocard têm enfrentado desafios significativos ao tentar solicitar a devolução do saldo disponível. As queixas apontam para um processo burocrático e opaco, que deixa muitos passageiros frustrados. De acordo com as regras atuais, para realizar a devolução, é necessário vincular o cartão a um CPF e ir pessoalmente a uma loja do Riocard para solicitar o depósito em conta. Para aqueles que utilizam vales-transporte, o processo é ainda mais complicado, exigindo a autorização do empregador e a devolução do cartão.
Dificuldades enfrentadas pelos usuários
A estagiária Jennifer Diniz, que utiliza o BRT e o VLT para se deslocar até o trabalho, compartilhou sua experiência frustrante. A integração entre os meios de transporte na cidade é realizada exclusivamente pelo aplicativo Jaé, e Jennifer teve que enfrentar essa burocracia pelo menos três vezes antes de conseguir o reembolso. Ela explicou que em cada tentativa encontrou algum obstáculo: “Na primeira, informaram que o modelo de autorização estava fora do padrão. Na segunda, faltava um carimbo da firma. E na última, disseram que o processo levaria até três semanas e ocorreria em três fases”.
Esse tempo de espera causou dificuldades financeiras para Jennifer, que teve que arcar com os custos das passagens do próprio bolso. “É desolador ver o seu direito sendo tratado com tanto descaso. Você perde tempo em filas, enfrenta três etapas e, no fim, ainda não tem certeza se conseguirá o dinheiro de volta”, desabafou ela.
A insatisfação com o sistema
A insatisfação de Jennifer não é uma exceção. Muitos passageiros têm compartilhado relatos semelhantes, destacando que o processo em três etapas é um verdadeiro obstáculo para quem só deseja recuperar o valor não utilizado. “As pessoas acabam desistindo porque, em vez de ser um procedimento ágil, se transformou numa odisséia. É inaceitável que um simples reembolso se torne algo tão complicado”, disse outro usuário do cartão, que preferiu não se identificar.
A resposta da Riocard
Em resposta às queixas, a Riocard lamentou os transtornos enfrentados pelos passageiros. A empresa afirmou que as filas em algumas lojas são pontuais e, na maioria das vezes, formadas por pessoas que possuem dúvidas sobre o funcionamento do cartão Jaé. Além disso, a Riocard garantiu que os usuários ainda podem utilizar os cartões para transporte intermunicipal.
Para aqueles que desejam solicitar o reembolso, a empresa orienta que consultem as documentações necessárias em seu site. No entanto, a dúvida que permanece é se esse processo será tornado mais claro e acessível para os passageiros, evitando que tantas pessoas passem pelos mesmos apuros enfrentados por Jennifer.
Implicações para os usuários
Essa situação traz à tona a importância de uma gestão mais eficiente e transparente nos serviços públicos de transporte. A complexidade na devolução de um saldo que é, por direito, do usuário, gera um efeito colateral preocupante: a desconfiança no sistema. Os cidadãos merecem soluções que respeitem seu tempo e seus recursos financeiros.
O caso de Jennifer é um retrato de uma realidade que muitos passageiros enfrentam no dia a dia. Enquanto as promessas de modernização do transporte público são feitas, a transparência e a eficiência dos processos devem ser prioridade. Investir na simplificação da burocracia, por meio de plataformas digitais mais acessíveis e intuitivas, pode contribuir para um atendimento mais humano e menos desgastante.
Portanto, fica a expectativa de que melhorias sejam implementadas e que os usuários do Riocard possam, enfim, realizar suas solicitações de forma prática e rápida, sem mais contratempos.