No Circuito de Hungaroring, na Hungria, a escuderia Alpine, conhecida por sua história de vitórias com grandes nomes como Michael Schumacher e Fernando Alonso, passou por mais um episódio lamentável durante os testes para a temporada 2026 da Fórmula 1. Franco Colapinto, piloto da equipe, sofreu um acidente que, embora tenha resultado na destruição do carro, não causou ferimentos. A situação, porém, reflete o estado preocupante da equipe, que luta para se reerguer em um campeonato marcado por dificuldades e desmotivação.
Testes sob tensão
Em 6 de agosto, no segundo dia de testes com os pneus Pirelli, Colapinto teve um desempenho inicial promissor ao completar 25 voltas, com um tempo de 1min20s270. No entanto, a experiência do piloto foi abruptamente interrompida quando o Alpine A525 perdeu a traseira, resultando em uma colisão a quase 130 km/h contra as barreiras de contenção. Apesar da seriedade do acidente, a equipe confirmou que o piloto estava ileso, com o porta-voz da Alpine minimizando a situação, afirmando que “essas coisas acontecem às vezes”.
A degradação da Alpine
O acidente de Colapinto é apenas um reflexo de um ano desastroso para a Alpine. A equipe, que terminou 2024 na sexta posição do Mundial de Construtores, encontra-se agora na última colocação em 2025, coletando apenas 20 pontos até o momento. A situação se agrava com a sensação de que o carro não evoluirá até a próxima atualização planejada. A falta de desenvolvimento tem gerado frustração tanto entre os pilotos quanto entre os mecânicos, que se veem lutando para extrair performance de um carro deficiente.
Desmotivação e estratégias de sobrevivência
Diante das adversidades, tanto Colapinto quanto Pierre Gasly estão cientes da necessidade de se manterem focados e positivos. O argentino, que teve um desempenho admirável nas nove corridas de 2024 com a Williams, se agarra à esperança de que a temporada 2025 não seja um completo fiasco. As dificuldades enfrentadas em pista, como problemas com o câmbio e estratégicas falhas, apenas evidenciam o quão frágil está a estrutura da escuderia no momento.
A crise estrutural
Os pilotos da Alpine estão testemunhando uma equipe em processo de “desconstrução”. Sob a direção de Flavio Briatore, a escuderia decidiu concentrar seus recursos no desenvolvimento do modelo A526, muitas vezes à custa do desempenho atual. A estratégia, que visa o médio e longo prazo, pode ser compreensível, mas traz incertezas e frustrações para quem está na linha de frente da competição.
Memórias de glória
A história da Alpine é marcada por glórias passadas, tendo conquistado títulos com ícones da Fórmula 1. No entanto, a equipe, que se autodenominou Alpine em 2021, tem enfrentado uma sequência de más decisões administrativas e técnicas que resultaram em uma gestão confusa e ineficaz. Apesar das promessas de um renascimento sob a liderança de Briatore, os resultados continuaram a não aparecer.
O futuro incerto
A saída de Luca De Meo, então executivo-chefe do Grupo Renault, e a chegada de François Provost à frente da empresa podem trazer novos ares para a equipe. Briatore, contratado até 2027, tentará revitalizar a escuderia em um momento de crise. Com o novo regulamento e uma esperança renovada para o A526, a Alpine pode estar buscando um caminho de volta à competitividade. No entanto, a realidade atual é dura, e a equipe terá que navegar com muita cautela para superar os desafios que lhe foram impostos.
A trajetória da Alpine na Fórmula 1 nos próximos meses será um verdadeiro teste de resiliência e estratégia, onde qualquer deslize pode custar caro a uma equipe que já enfrentou o fundo do poço. A esperança é que essa fase de reestruturação leve a uma nova era de sucesso, mas para isso, cada componente da equipe precisará estar alinhado em busca de objetivos comuns.