O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, reuniu-se nesta quinta-feira com Gabriel Escobar, encarregado de negócios da Embaixada dos EUA no Brasil, na sede do ministério em Brasília. A conversa ocorreu um dia após a entrada em vigor da tarifa que afeta cerca de 36% das exportações brasileiras para os Estados Unidos.
Impasse comercial e reação brasileira
A sobretaxa de 50% foi imposta por Donald Trump e atingiu produtos como carne e café, principais commodities do agronegócio brasileiro. Segundo estimativas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), aproximadamente 35,9% das exportações brasileiras para os EUA foram afetadas pela medida, que poupou itens estratégicos como suco de laranja, aeronaves civis, petróleo, veículos e fertilizantes.
O presidente Lula já declarou que o Brasil está aberto à negociação, mas rejeita qualquer submissão aos Estados Unidos. Ele também afastou, por ora, a possibilidade de retaliação comercial, justificando que o país não pretende adotar “o mesmo comportamento” de Trump.
Reunião e estratégias de resposta
A reunião entre Alckmin e Escobar foi confirmada pela diplomacia americana, que destacou a confidencialidade do conteúdo discutido. Gabriel Escobar é o principal representante do governo norte-americano no Brasil, já que um novo embaixador ainda não foi oficialmente nomeado por Donald Trump.
De acordo com fontes do governo brasileiro, o país trabalha na elaboração de um plano de contingência para atenuar os efeitos da tarifa, embora ainda não tenha uma data definida para sua divulgação. A medida visa proteger setores econômicos vulneráveis e preservar a balança comercial do Brasil.
Perspectivas futuras e impactos econômicos
Especialistas avaliam que a medida pode limitar o crescimento das exportações brasileiras, além de pressionar as cadeias produtivas internas. A expectativa é de que o governo adote ações diplomáticas e comerciais para tentar reverter ou mitigar a tarifa, buscando diálogo com Washington.
Segundo analistas do setor, a resposta brasileira deverá incluir negociações bilaterais e, possivelmente, ações na Organização Mundial do Comércio (OMC). “O momento requer diplomacia firme e estratégias de curto e longo prazo”, afirma Roberto Almeida, economista especializado em comércio internacional.
Próximos passos
O governo informou que a elaboração do plano de contingência está em andamento e deve ser divulgado nos próximos semanas. A expectativa é de que as medidas adotadas possam equilibrar os interesses comerciais e evitar maiores prejuízos ao setor exportador brasileiro.