Brasil, 7 de agosto de 2025
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Medida da panturrilha pode prever expectativa de vida

A circunferência da panturrilha pode se tornar um novo indicador de saúde e longevidade, segundo estudos recentes.

Nos últimos anos, diversas pesquisas têm revelado que a circunferência da panturrilha, comparada ao restante do corpo, pode ser um importante preditor de longevidade e saúde geral. Essa descoberta tem chamado a atenção de especialistas em saúde, que defendem que a avaliação desse indicador pode oferecer uma visão valiosa sobre o bem-estar físico, especialmente em adultos mais velhos.

O que os estudos revelam

Vários estudos sugerem que uma panturrilha mais musculosa está associada a uma melhor performance física e menos riscos à saúde. Esse fator é particularmente relevante para pessoas acima dos 60 anos, que começam a experimentar a sarcopenia — a perda de massa muscular relacionada à idade.

A sarcopenia afeta cerca de 10% a 16% dos idosos em todo o mundo e está ligada ao aumento do risco de diversas doenças, como a redução da mobilidade e um maior risco de quedas e fraturas. Além disso, estudos indicam que a sarcopenia é responsável por um aumento significativo na probabilidade de morte, com centenários afetados apresentando um risco 364% maior em comparação com aqueles com massa muscular normal.

A importância da circunferência da panturrilha

Pesquisadores afirmam que a circunferência da panturrilha é um bom indicador de saúde geral e risco de doença, já que está correlacionada com a massa muscular e a distribuição de gordura no corpo. O uso da relação cintura-panturrilha (WCR, na sigla em inglês) tem se mostrado mais eficaz do que o índice de massa corporal (IMC) ou apenas a circunferência da cintura.

Para calcular a WCR, basta dividir a circunferência da cintura pela circunferência da panturrilha, garantindo que ambas as medidas sejam feitas nas mesmas unidades, como centímetros ou polegadas. Um WCR saudável geralmente fica em torno de 2,4 ou menos, indicando um equilíbrio saudável entre a distribuição de gordura na parte superior e inferior do corpo.

Medidas acima de 2,4 estão associadas a um maior risco de doenças cardiovasculares e circulatórias, enquanto valores abaixo desse limite são considerados saudáveis.

Estudos sobre WCR e saúde

Uma investigação realizada por cientistas da Academia Chinesa de Ciências Médicas e do Hospital Fuwai, com dados de 37 estudos e 62.736 participantes acima dos 18 anos, mostrou que um aumento de 1cm na circunferência da panturrilha pode reduzir o risco de morte em 5%.

Outro estudo, conduzido pela Universidade Católica do Sagrado Coração na Itália, analisou o vínculo entre a circunferência da panturrilha e a força muscular, descobrindo que o aumento nesse parâmetro está ligado a melhorias significativas em performance física e força muscular. Os participantes foram avaliados em relação à sua vulnerabilidade, considerando fatores como velocidade de marcha e níveis de energia.

Os resultados indicaram que indivíduos com circunferências maiores apresentavam um índice de fraqueza significativamente menor.

Possíveis implicações da WCR para a saúde mental

A relação cintura-panturrilha também pode servir como um indicador de comprometimento cognitivo em idosos, que é frequentemente considerado um precursor da demência, conforme um estudo de 2022 na China. Pesquisadores recrutaram 3.312 participantes sem problemas cognitivos, e, após mais de três anos, 565 deles apresentaram declínios nas habilidades mentais.

A análise da WCR revelou uma associação mais forte com o comprometimento cognitivo em comparação a outras medidas de circunferência, sugerindo que a manutenção de uma maior massa muscular magra, aliada a uma menor quantidade de gordura central, pode auxiliar na prevenção desse tipo de comprometimento.

Conclusão

À medida que pesquisadores se aprofundam nos dados sobre a circunferência da panturrilha e sua relação com a saúde geral e a longevidade, fica evidente que esses insights podem ser catalisadores para um melhor entendimento e manejo da saúde em idosos. Uma panturrilha mais forte não apenas indica um corpo mais ativo e saudável, mas também pode ser um sinal vital para longividade e qualidade de vida.

Considerando o aumento da população idosa no Brasil e no mundo, é essencial que sejam adoptadas práticas que favoreçam a manutenção da saúde muscular, promovendo não apenas a longevidade, mas também a qualidade de vida na terceira idade.

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