As negociações dos Estados Unidos sobre tarifas com países latino-americanos continuam, com diversos países em processo de acordo, segundo fontes diplomáticas de Washington. Essas conversas, conduzidas pelos técnicos do USTR (Representante Comercial dos EUA), envolvem acordos de livre comércio e ajustes tarifários, especialmente no contexto de tentar equilibrar o comércio exterior.
O processo de negociação e o papel do presidente
Conforme fontes diplomáticas, após as discussões técnicas, o representante do USTR, Jamieson Greer, leva os resultados ao presidente Donald Trump. O chefe de Estado então aprova ou acrescenta alguma demanda extra, sendo o pronunciamento final que confirma ou ajusta os acordos. “Quando as conversas começaram, os americanos informaram que as tarifas são um ‘complemento de comércio recíproco’ para equilibrar nossas trocas”, explica uma fonte familiarizada com o processo.
Países latino-americanos envolvidos
Na região, países como Peru, Chile, Colômbia e, recentemente, Argentina, têm ou tiveram negociações em andamento. Os acordos com Peru, Chile e Colômbia já foram encerrados, tendo o Brasil uma tarifação de 50%, enquanto esses países estão cobertos por tarifas de 10%. Argentina, de Javier Milei, embora não tenha tratado de livre comércio com os EUA, recebe um tratamento preferencial, e há expectativa de anunciar um acordo com o governo argentino nas próximas semanas.
Detalhes das negociações
Segundo fontes, uma equipe de negociadores chega a Washington na próxima semana para a rodada final de discussões com o governo americano. Ainda não foram apresentados oficialmente os textos finais dos acordos, que são levados ao presidente após as negociações técnicas, geralmente, após cerca de três encontros entre as equipes.
Os EUA justificam a imposição de novas tarifas como uma estratégia de “comércio recíproco”, embora, na prática, apresentem superávit ao país com esses parceiros. “É uma maneira de equilibrar o relacionamento comercial”, reforça uma fonte.
Aspectos políticos e investigações relacionadas
Além das negociações comerciais, Washington abriu investigações sob a Seção 232, da Lei de Expansão Comercial de 1962, para verificar se determinados produtos representam uma ameaça à segurança do país. Essas investigações envolvem forte pressão do setor privado americano para que restrições sejam impostas a certos produtos importados, reforçando que o apoio do setor empresarial é fundamental nesse processo.
Perspectivas futuras
Embora os tratados ainda não tenham sido oficializados, há uma expectativa de que o acordo com a Argentina seja o primeiro a ser anunciado publicamente. Em paralelo, questões políticas, especialmente no Brasil, não têm figurado no centro das discussões técnicas, sendo a Argentina uma exceção nesse cenário.
Para saber mais detalhes sobre o andamento dessas negociações, acesse a matéria completa no site do O Globo.