O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez declarações contundentes sobre a liderança legislativa na Câmara dos Deputados, comparando as ações de Hugo Motta ao trabalho de Arthur Lira. Em uma recente entrevista, ele criticou a condução das votações sob a presidência de Motta, destacando a importância de respeitar o plenário como instância máxima nas decisões políticas.
A comparação entre Lira e Motta
Eduardo Bolsonaro não hesitou em apontar o que considera falhas nas práticas de Hugo Motta. Durante suas declarações, ele enfatizou que o atual presidente da Câmara deveria seguir o exemplo de Arthur Lira, que, segundo ele, tinha uma abordagem mais democrática em relação às pautas legislativas.
O controle da pauta e a obstrução
O parlamentar afirmou que a expectativa é que o plenário, e não um único indivíduo, tenha a palavra final nas decisões. “O que o Motta tem que fazer é o mesmo que ocorria no tempo do Arthur Lira. O plenário é o senhor das decisões”, disse Eduardo, ressaltando que Motta tem controlado a pauta de modo a direcionar os resultados de votação em benefício pessoal.
Ele também fez referência à obstrução promovida pela oposição no Congresso, que, segundo ele, é uma consequência do modo de agir do atual presidente da Câmara. “O PL está fazendo uma obstrução na Câmara e no Senado. Estão ali no plenário tendo entreveros com deputados de esquerda, e isso não é saudável”, criticou.
A falta de pautas importantes
Outra queixa levantada por Eduardo refere-se à não inclusão da anistia na agenda de votações. Ele questionou publicamente: “Por que o Motta não faz isso? Essa é a nossa reclamação.” Sua chamada à ação visa incentivar uma agenda mais ativa e abrangente na Câmara, que engaje todos os deputados ao invés de perpetuar divergências e conflitos.
Consequências internacionais
Em uma linha mais grave de sua crítica, Eduardo Bolsonaro alertou que as omissões nas pautas poderiam levar a consequências internacionais. Ele mencionou que tanto o presidente da Câmara quanto o do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), estão no radar das autoridades dos Estados Unidos, podendo ser alvos de sanções sob a gestão de Donald Trump. “As pessoas que estão em posição de poder têm responsabilidades e estão sendo observadas pelas autoridades americanas”, enfatizou.
Eduardo também insinuou que a falta de pautas cruciais, como o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, tem aumentado a pressão sobre os líderes da Câmara e Senado, colocando-os na linha de mira de um controle internacional que pode trazer repercussões negativas para o Brasil.
Resposta à obstrução da oposição
Na quarta-feira (6), em um movimento que parece responder diretamente à pressão de Eduardo Bolsonaro e outros críticos, Davi Alcolumbre e Hugo Motta convocaram sessões extraordinárias para lidar com a obstrução promovida pela oposição, especialmente após a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa é uma tentativa explícita de restaurar a ordem e dar continuidade aos trabalhos na Casa, que foram paralisados em meio a tensões políticas.
Enquanto as críticas de Eduardo Bolsonaro repercutem entre seus colegas e nas redes sociais, a dinâmica entre os deputados, especialmente nas pautas mais controversas, continua a ser um reflexo das polarizações políticas que marcam o cenário atual do Brasil. A questão que permanece é se Hugo Motta conseguirá adequar sua abordagem às expectativas de seus pares e à necessidade de um diálogo mais saudável no parlamento.
Com esses desenvolvimentos, a condução das votações na Câmara permanece sob observação crítica, e as próximas semanas podem revelar se as palavras de Eduardo levarão a mudanças significativas na gestão da Casa.