Em julho, o Brasil registrou um aumento de 4,2% nas exportações para os Estados Unidos, mesmo com a aplicação da sobretaxa de 50% sobre mais de 4 mil itens. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) mostram que, no mês anterior à vigência da tarifa, houve crescimento em destaque em setores estratégicos.
Produtos brasileiros com maior alta nas exportações para os EUA antes do tarifão
Segundo o governo brasileiro, alguns produtos tiveram crescimento expressivo nas exportações para os EUA em julho, entre eles:
- Frutas e nozes não oleaginosas, frescas ou secas: alta de 49,3%;
- Café não torrado: aumento de 25,4%;
- Minério de cobre: crescimento de 81,1%;
- Carne bovina fresca, refrigerada ou congelada: alta de 46,9%;
- Aeronaves e peças aeronáuticas: aumento de 168,9%;
- Ouro: crescimento de 87,3%.
Esses números indicam um movimento de retomada ou fortalecimento de vendas em setores considerados estratégicos, mesmo com a ameaça de aumento tarifário no horizonte.
Déficit na balança comercial e situação atual
Apesar do crescimento das exportações, o Brasil mantém déficit na relação comercial com os Estados Unidos pelo sétimo mês consecutivo. Em julho, as vendas brasileiras somaram US$ 3,71 bilhões, enquanto as importações chegaram a US$ 4,26 bilhões, resultando em um déficit de US$ 559 milhões. O último mês com superávit foi dezembro do ano passado, com US$ 468 milhões.
Aplicação da sobretaxa e exceções
Na última quarta-feira, entrou em vigor a tarifa de 50% estabelecida pelo governo americano. A tarifa adicional de 40% foi somada aos 10% previamente anunciados em abril, totalizando 50%. O Departamento de Comércio dos EUA definiu quase 700 exceções para produtos brasileiros, entre os cerca de 4 mil itens exportados. Entre eles estão aviões da Embraer, peças aeronáuticas, suco de laranja, castanhas, insumos de madeira, ferro, petróleo e equipamentos elétricos.
Por outro lado, produtos como café, cacau, carnes e frutas não foram incluídos na lista de isenção, permanecendo sujeitos à sobretaxa.
Impacto nas exportações e perspectivas futuras
No mês passado, o saldo comercial brasileiro foi de superávit de US$ 7,4 bilhões, com exportações de US$ 32,3 bilhões e importações de US$ 25,2 bilhões. No acumulado do ano, o superávit totaliza US$ 36,9 bilhões. Apesar da redução momentânea nas vendas, o setor continua otimista quanto à capacidade de manter certos níveis de crescimento, mesmo diante das disputas comerciais.
A situação reforça a importância de buscar alternativas para ampliar a competitividade e diversificar mercados, minimizando os impactos de medidas protecionistas. Os analistas afirmam que a evolução do cenário dependerá das negociações bilaterais e das estratégias de adaptação das empresas brasileiras.
Mais detalhes sobre o funcionamento das tarifas e seus efeitos na economia brasileira podem ser conferidos na matéria completa no O Globo.