Os acionistas da Marfrig e da BRF aprovaram nesta terça-feira a fusão que resultará na criação da MBRF, uma gigante do setor alimentício com receita anual combinada de R$ 152 bilhões. A nova companhia será liderada pelo atual CEO da Marfrig, Marcos Molina, cuja família detém 75,3% de participação na empresa.
Votos favoráveis e próximos passos da fusão
A assembleia de acionistas da Marfrig aprovou a operação com 86,71% dos votos, enquanto a da BRF contou com 78,39% de apoio. Parte dos votos da BRF foram expressos à distância, devido às atuais exigências de votação remota. Segundo a BRF, a aprovação da união “reforça a confiança no processo”, apesar de ainda necessitar da aprovação final do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Proteção aos acionistas minoritários
Desde esta quarta-feira, iniciou-se o período de 30 dias para o exercício do Direito de Recesso pelas ações das duas empresas. Essa prerrogativa permite aos acionistas minoritários se desligarem da companhia e receberem o valor de suas ações caso discordem de a fusão acontecer, garantindo maior proteção aos investidores menores.
Impactos e potencial da nova companhia de alimentos
A MBRF surge como uma das maiores empresas globais do setor de alimentos, com marcas como Sadia, Perdigão, Qualy, Banvit e Bassi. Seu portfólio inclui carne bovina, suína e de aves, produtos industrializados, pratos prontos e pet food.
Presente em 117 países, a companhia conta com 130 mil colaboradores e produz cerca de 8 milhões de toneladas de alimentos ao ano, atingindo mais de 424 mil clientes e milhões de consumidores ao redor do mundo. Reconhecida por práticas sustentáveis, a MBRF mantém iniciativas pioneiras na preservação do meio ambiente e dos recursos naturais.
Segundo especialistas, a fusão deve fortalecer a competitividade da nova empresa, ampliando seu alcance global e potencializando operações no mercado de alimentos industrializados e pet food. A expectativa é de que a união contribua para uma maior eficiência na cadeia produtiva e inovações no setor.
Perspectivas futuras e desafios
Após a aprovação, aguarda-se a decisão final do Cade, que analisará os aspectos concorrenciais da fusão. Caso aprovada, a operação deve consolidar a posição da MBRF como uma das principais companhias do mercado global de alimentos, ampliando sua influência e capacidade de inovação no setor.