Um apartamento da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbana (CDHU) na Vila Biagioni, em Araraquara, São Paulo, apresenta sérios riscos de afundamento no piso. Com infiltrações visíveis e rachaduras, a situação alarmou os moradores e levou a Defesa Civil a interditar o local. A moradora, que já passou por momentos de terror devido a esses problemas, agora busca justiça para resolver a situação.
Condições alarmantes no apartamento
A vistoria realizada pela Defesa Civil revelou que, embora o prédio em si não esteja em risco iminente de desabamento, as condições do apartamento se deterioraram consideravelmente. Infiltrações nas áreas do banheiro, cozinha e lavanderia geraram a queda do forro e, o mais preocupante, um afundamento do solo. A moradora, Maria Inês Guerreira, relatou que ao tentar trocar o piso do apartamento, encontrou um buraco enorme, evidenciado pela saída de terra no local. “Achei que era um problema simples, mas a situação só piorou,” lamentou.
Agravamento dos problemas
Não foi apenas Maria Inês que sentiu o impacto das condições insatisfatórias do edifício. A moradora Franciele Cristina de Araújo teve que desocupar um dos quartos, pois o chão corre o risco de ceder a qualquer momento. “Estamos vivendo com medo. Já tivemos momentos de pânico com barulhos no meio da noite,” disse Franciele. Segundo experts, o problema não é referência à falta de manutenção, mas sim a uma falha na construção do edifício. Um laudo da seguradora indicou que a infiltração ocorre devido à falta de manutenção do calçamento externo, resultando em danos sérios ao prédio.
Assistência da prefeitura e medidas judiciais
Por conta da situação, Franciele receberá um aluguel social da prefeitura para encontrar um novo imóvel, um alívio temporário enquanto a disputa judicial se desenrola. Ela terá um prazo de 30 dias para se realocar e o auxílio será válido por um ano. A indignação da moradora é evidente, principalmente ao saber que o laudo que confirma o risco de afundamento foi ignorado pela CDHU, que alega que a responsabilidade pela manutenção é dos moradores.
Reivindicações dos moradores
Os relatos de outros moradores do edifício são semelhantes. A situação da infraestrutura fragiliza não apenas a estabilidade do prédio, mas também a segurança dos que ali residem. Muitos residentes ainda lutam para que medidas efetivas sejam tomadas para restaurar a segurança do prédio e proteger suas vidas. A CDHU, por sua vez, insiste que os problemas observados são resultado da negligência dos moradores e do condomínio em realizar manutenções regulares e necessárias.
A análise técnica e suas implicações
Um laudo adicional feito em janeiro deste ano pela Defesa Civil constatou um afundamento de 8 centímetros no chão, impossibilitando o uso do quarto afetado. Outros especialistas afirmaram que a má compactação do aterro ao redor do edifício é a principal causadora dos danos, e as soluções para os problemas podem chegar a custar R$ 28 mil. A necessidade de um novo engenheiro perito para fazer uma nova análise também foi requerida, visando uma resposta mais clara sobre a situação.
Desamparo e incertezas
A situação deixa muitos moradores sem saber para onde ir, além de se sentirem desamparados e ignorados por uma administração que não parece estar disposta a enfrentar a gravidade do problema. Franciele expressou sua frustração: “É fácil dizer para alguém sair de um lugar perigoso, mas e onde eu vou? Estou sem opções.” O sentimento de impotência entre os moradores é palpável, com constantes ameaças à sua segurança e estabilidade.
Posicionamento da CDHU
A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbana (CDHU) argumenta que a responsabilidade pela manutenção e cuidado com o prédio é exclusiva dos moradores e que seu papel é limitado a fornecer os laudos quando solicitado. No entanto, muitos se perguntam se essa justificativa é suficiente diante de uma situação de risco iminente à vida.
Conclusão
A situação nos apartamentos da CDHU em Araraquara é um reflexo de uma problemática mais ampla que afeta muitas habitações públicas no Brasil. A luta dos moradores por condições seguras de vida é uma demanda que não pode ser ignorada e cabe às autoridades competentes buscar soluções eficazes e imediatas. Um olhar mais atento às condições habitacionais pode evitar tragédias e melhorar a qualidade de vida de famílias que mais precisam.


