Em uma reação à decisão do governo Lula de extinguir as escolas cívico-militares em todo o Brasil, o estado de São Paulo e Paraná, bem como a cidade de Parnaíba no Piauí, anunciaram que manterão o modelo em suas jurisdições.
São Paulo amplia o programa de escolas cívico-militares
No mesmo dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou o fim das escolas cívico-militares em todo o país, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, divulgou no Twitter a ampliação do programa no estado. De acordo com o governador, um decreto será editado para regular e expandir as unidades de ensino com esse formato. Freitas também enfatizou a importância do modelo militar na formação dos estudantes, citando sua própria experiência como aluno de colégio militar.
Paraná adota o modelo
No Paraná, o deputado estadual Hussein Bakri (PSD) informou que o governo local assumirá a administração de 12 escolas anteriormente sob responsabilidade das Forças Armadas. De acordo com Bakri, as escolas cívico-militares no Paraná mostraram um aumento em suas notas no Índice de Desenvolvimento de Educação Básica.
Parnaíba mantém o projeto
Em Parnaíba, no Piauí, o prefeito Francisco de Assis de Moraes Souza, conhecido como Mão Santa, assegurou a continuidade do modelo educacional na Escola Municipal Cívico-Militar Roland Jacob, mesmo após o início do processo de desmobilização do quadro de militares das Forças Armadas pelo Ministério da Educação. O prefeito reforçou a importância da metodologia empregada nas escolas cívico-militares, apontando a melhoria na disciplina e a formação de cidadãos éticos como benefícios.
O fim do programa nacional
A decisão de São Paulo, Paraná e Parnaíba ocorre em contraponto à decisão do governo federal de extinguir o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim). Criado em 2019, o programa federal inclui 202 escolas com aproximadamente 120 mil alunos e cerca de mil militares atuantes.
Esta reação dos estados e municípios indica um desacordo com a política educacional do governo federal e demonstra um apoio contínuo ao modelo cívico-militar de ensino, levantando questões sobre a uniformidade na política educacional em todo o Brasil.