Na manhã de hoje, 4 de agosto, mais de um milhão de embarques foram registrados no novo sistema de transporte da cidade do Rio de Janeiro. Este é o primeiro dia útil em que o cartão Jaé foi implementado como o único meio de bilhetagem nos ônibus municipais. No mesmo horário na semana passada, foram apenas 374 mil embarques utilizando o sistema antigo, o Riocard. Apesar do aumento expressivo no número de passageiros, muitos enfrentaram dificuldades e incertezas ao utilizar o novo método de pagamento.
Dificuldades no embarque e integração
Passageiros relataram que a transição para o sistema Jaé trouxe confusões. O Riocard, que era amplamente utilizado, não é mais aceito nos ônibus municipais, exceto em algumas situações específicas, como no uso do Bilhete Único Intermunicipal (BUI). Valdirene de Oliveira, uma secretária que depende do transporte, expressou sua frustração: “Agora, a gente tem que ter dois cartões, porque eu moro na Baixada. Esse ônibus eu não posso pegar com Riocard, mas o da Baixada eu pego com Riocard.”
A também moradora de Baixada, Aline Alves, teve problemas para usar o metrô e integrar com outros meios de transporte. “O Bilhete Único Intermunicipal não passou. Eu tive que pagar a passagem em dinheiro, pois não sabia quanto custava a nova tarifa,” relatou. Situações como essas foram comuns durante a manhã, levando a um aumento no uso de dinheiro em vez de cartões.
Suporte e orientações aos usuários
A secretária municipal de Transportes, Maína Celidonio, tranquilizou os passageiros ao afirmar que o BUI ainda pode ser usado para integrações. Existem quatro possibilidades de integração que ainda funcionam com o cartão: entre ônibus intermunicipais e municipais, ônibus intermunicipais e o VLT, e também entre barcas, ônibus municipais e VLT.
Para ajudar os passageiros em suas transições, funcionários da Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) estiveram presentes em pontos estratégicos, como na saída da estação do metrô de Botafogo. A ação visava esclarecer dúvidas e orientar usuários sobre como utilizar o novo sistema. “Hoje o Riocard não serve, mas vou carregar para tentar pegar para ir ao serviço,” disse uma usuária chamada Luciene, que ainda se adaptava às mudanças.
Lotação e desafios nos postos de atendimento
A demanda pelo novo sistema foi tão grande que o posto de atendimento do Jaé localizado em Botafogo ficou lotado ao longo da manhã. Diversos passageiros, como a técnica de enfermagem Sônia Batista, enfrentaram longas filas. “Tive que vir aqui pessoalmente porque pelo aplicativo eu não consegui,” disse Sônia, que estava exausta após um plantão de 36 horas.
Paulo Renato Paiva, um salva-vidas, tentou registrar seu cartão pela segunda vez e relatou: “Estive aqui na sexta-feira e fiquei mais de 5 horas. Hoje está demorando mais de 40 minutos por cadastro,” ilustrando os desafios enfrentados pelos usuários. O prefeito Eduardo Paes anunciou que a prefeitura disponibilizaria mais funcionários em terminais e pontos estratégicos do transporte para minimizar os problemas. “A operação está indo bem, mas é natural que ocorram problemas pontuais,” afirmou ele.
Resultados da transição
Embora a primeira manhã tenha sido repleta de desafios, o primeiro fim de semana de operação do Jaé foi considerado um sucesso, com mais de 2 milhões de embarques, dos quais 75% foram realizados com o novo sistema. As expectativas são de que, com o tempo, as dificuldades iniciais sejam superadas e o novo sistema traga melhores resultados para a mobilidade urbana na cidade.
À medida que a cidade se adapta ao novo sistema de bilhetagem, é essencial que as autoridades continuem a ouvir as preocupações dos usuários para promover uma transição suave e eficaz. Os cidadãos esperam que melhorias contínuas no Jaé tornem o transporte público mais acessível e eficiente no Rio.
O futuro do transporte público na cidade, com o Jaé, promete ser desafiador, mas com a colaboração das autoridades e da população, há esperança de que a situação se estabilize e traga benefícios a todos os passageiros.
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