O grupo francês Naval Group, renomado por construir submarinos e fragatas, enfrenta uma grave ameaça cibernética após hackers afirmarem terem realizado um ataque que resultou no vazamento de 30 gigabytes de dados sigilosos. Os invasores prometem continuar a divulgação de informações militares sensíveis caso a empresa não responda a suas demandas.
O que aconteceu com o Naval Group
O Naval Group, que opera sob a bandeira do governo francês, imediatamente rejeitou as alegações de hackeamento, informando que “lançou investigações técnicas” assim que o material começou a circular online. Esse vazamento supostamente inclui informações críticas sobre os submarinos nucleares da França, que são parte da estrutura defensiva da nação.
Com uma tradição de 400 anos, o Naval Group é conhecido pela produção do submarino de classe Suffren, capaz de realizar guerras anti-superfície e anti-submarina, além de atacar alvos terrestres e realizar operações especiais. Vale ressaltar que a empresa também é responsável pelo único porta-aviões ativo da Marinha Francesa, o Charles de Gaulle.
Ameaças e reivindicações dos hackers
Em um fórum da dark web, os hackers publicaram informações que alegam ser dados “classificados e ultrassecretos” sobre submarinos e fragatas, dando um prazo de 72 horas para o Naval Group se manifestar. Entre os documentos, afirmaram que estaria incluso o código-fonte de sistemas de armas submarinas. Embora cerca de 30GB de dados tenham sido postados, eles alegam possuir uma quantidade ainda maior, potencialmente ultrapassando um terabyte de documentos.
De acordo com a companhia, “não houve invasão em nossos ambientes de TI”, descrevendo a situação como um “ataque reputacional”. O Naval Group, sendo o maior construtor naval da França com cerca de 15.000 colaboradores e uma receita superior a 4,4 bilhões de euros, está mobilizando todas as suas equipes para analisar e verificar a autenticidade e a origem dos dados vazados rapidamente.
Resposta da empresa e das autoridades
Um porta-voz do Naval Group afirmou: “Todas as equipes e recursos estão atualmente mobilizados para analisar e verificar a autenticidade, a origem e a propriedade dos dados o mais rápido possível. Neste momento, nenhuma intrusão em nossos ambientes de TI foi detectada e não houve impacto nas nossas atividades.”
Este ataque ao Naval Group não é um incidente isolado, uma vez que várias brechas de segurança têm sido reportadas ao redor do mundo, afetando tanto empresas privadas quanto governos. Recentemente, a Microsoft revelou que updates de software em julho não corrigiram completamente vulnerabilidades, permitindo que hackers tomassem controle de servidores do SharePoint, uma falha atribuída a “agentes de ameaça” chineses.
A crescente preocupação com a cibersegurança
Além disso, a Administração Nacional de Segurança Nuclear dos Estados Unidos, encarregada do arsenal nuclear americano, também foi alvo de um ataque cibernético, mas assegurou que nenhum arquivo sensível foi comprometido. Esses incidentes reforçam a urgência de fortalecer as medidas de cibersegurança, principalmente em setores críticos como a defesa e a infraestrutura estratégica.
Enquanto o caso do Naval Group ainda se desenrola, o impacto de ataques cibernéticos em organizações dessas proporções é desafiador, uma vez que não apenas afeta a reputação, mas também a segurança nacional de um país. O controle de informações militares é vital e, portanto, a resposta adequada e rápida por parte das empresas alvos deve ser prioridade máxima.
À medida que o cenário de ameaças cibernéticas evolui, a colaboração entre organizações e governos se torna imprescindível para enfrentar um futuro onde a guerra digital pode ter consequências reais e aterradoras.