Brasil, 5 de agosto de 2025
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Botafogo vive impasse entre John Textor e Eagle Football Holdings

A negociação entre John Textor e Eagle enfrenta desafios sérios, afetando futuro do Botafogo.

Recentemente, a tentativa de recompra da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Botafogo pelo empresário John Textor, com apoio financeiro do grego Evangelos Marinakis, encontra obstáculos significativos. O principal entrave é uma condição imposta pelos executivos da Eagle Football Holdings, que detém 90% das ações da SAF. Os antigos parceiros de Textor, que romperam laços com ele em abril após a crise financeira do Olympique Lyonnais, não se opõem à venda do clube carioca, mas estabelecem uma regra clara: não negociarão com Textor enquanto este continuar no comando da SAF.

Conflito de interesses na gestão

Na avaliação dos ex-parceiros de Textor, sua permanência na direção da operação gera um conflito de interesses. Existe a preocupação de queTextor, mantendo o controle do Botafogo, tente desvalorizar o clube para recomprá-lo por um preço inferior. Uma das estratégias temidas seria a transação de jogadores entre o Botafogo e empresas associadas a Marinakis, prejudicando a saúde financeira da SAF.

A Eagle Football Holdings já deixou claro a Textor que está disposta a discutir a venda, mas apenas sob a condição de que ele abdique do controle. Contudo, o empresário norte-americano se recusa a abrir mão desse poder e continua buscando maneiras de forçar a recompra. Recentemente, ele criou uma nova empresa nas Ilhas Cayman, chamada Eagle Football Group, com o intuito de adquirir o Botafogo e tem buscado levantar recursos nas últimas semanas.

Estrategias alternativas da Eagle

De acordo com fontes próximas à operação, a Eagle não vê a venda para Textor como a melhor alternativa. Uma solução ideal seria encontrar um terceiro interessado para a aquisição do clube. Contudo, a complexidade da situação e a extensão dos litígios envolvendo a SAF tornam essa alternativa improvável a curto prazo.

Outra possibilidade em discussão seria a manutenção do Botafogo sob o portfólio da Eagle, com a saída de Textor da operação. Nesse cenário, a empresa tentaria estabelecer um novo entendimento com o clube associativo, que é sócio minoritário da SAF e possui direitos de veto sobre mudanças de controle. No entanto, essa opção também enfrenta obstáculos, uma vez que o clube associado permanece alinhado a Textor e não deseja sua saída.

Desafios jurídicos e o futuro incerto

Enquanto negociações e pautas de controle estão em curso, Textor adota uma estratégia jurídica para ganhar tempo e preservar sua posição. Recentemente, a 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro decidiu congelar temporariamente qualquer mudança de controle no Botafogo, permitindo que o empresário continue no comando da operação da SAF. Essa medida foi motivada por empréstimos feitos por Textor em nome da Eagle, os quais agora são alicerce para um processo de execução de dívida de 23 milhões de euros movido pela SAF contra a holding.

A situação entre Textor e seus ex-parceiros se complicou ainda mais após o rebaixamento do Lyon na Ligue 1, imposto pela Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG). Para evitar essa queda, a DNCG exigiu a saída imediata de Textor do comando da Eagle e a injeção de 100 milhões de euros no clube francês. Todos os acionistas da holding se mobilizaram para levantar a quantia, exceto o empresário americano, resultando na ruptura definitiva do relacionamento entre as partes.

Atualmente, a situação não apresenta um bloqueio operacional imediato, graças à decisão judicial que assegura a gestão de Textor na SAF. No entanto, o futuro do Botafogo encontra-se em um impasse: de um lado, a Eagle Football Holdings, que não deseja realizar a venda enquanto Textor estiver no controle; do outro, o empresário que se recusa a abdicar de sua posição e busca a compra. No meio do conflito, o clube associativo parece não dispor de planos para abrir mão do dirigente com quem tem uma relação próxima. A disputa sobre quem deve comandar o Botafogo segue sem uma resolução à vista, colocando em risco a estabilidade e o futuro do clube carioca.

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