No Distrito Federal, Wilson Olímpio, um aposentado de 59 anos, enfrenta um desafio monumental: convencer o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a restituir descontos que ele alega serem indevidos e, possivelmente, fraudulentos. Recentemente, ele teve seu pedido de reembolso negado, mas não está disposto a desistir. Esta é uma história que ilustra a luta de muitos beneficiários que se encontram à mercê de um sistema que, por vezes, falha em protegê-los.
Entenda o caso de Wilson Olímpio
Wilson, que reside em Taguatinga e trabalhou como motorista, aposentou-se por invalidez há quase uma década, após perder os movimentos do pé direito devido a uma infecção por tétano. A sua vida tomou um rumo inesperado quando, há dois meses, ele notou que sua aposentadoria estava sendo afetada por descontos de duas associações, a ENAP e a AMBEG. Surpreso, ele imediatamente contactou o INSS para solicitar o bloqueio dos valores descontados.
O que intriga Wilson é a maneira como esses descontos foram autorizados. Um dos documentos que justifica o desconto tem o CPF dele, mas apresenta o nome de uma mulher, “Neusa Cunha da Silva”, que ele nunca ouviu falar. “Como o INSS liberou essa autorização sem que eu tivesse dado permissão? A responsabilidade não é minha, mas do governo”, questiona Wilson, que registrou um boletim de ocorrência por estelionato na 21° Delegacia de Polícia de Taguatinga Sul.
Como o INSS responde à situação
Em resposta à situação, o INSS orientou Wilson a recorrer da decisão através do aplicativo “Meu INSS” ou pelos Correios. Contudo, muitos beneficiários se sentem perdidos em meio a um processo que parece complexo e muitas vezes ineficaz. A negativa do reembolso deixou Wilson desanimado, mas ele não desistiu: seu novo pedido está sob análise. A situação de Wilson se torna ainda mais crítica, uma vez que o presidente da Comissão de Regime Próprio de Previdência Social da OAB, José Hailton Diana, afirmou que o INSS tem obrigação de ressarcir as vítimas de fraudes, independentemente de identificar o criminoso.
A luta por justiça
Wilson não é um caso isolado. Muitos brasileiros enfrentam situações semelhantes e lutam para recuperar suas economias, e é aqui que entra o papel da judicialização. É aconselhável que as vítimas de fraude não apenas registrem boletins de ocorrência, mas também considerem processos judiciais para garantir seus direitos. A possibilidade de solicitar danos morais é outra alternativa que pode ser explorada. “A responsabilidade da restituição é total do INSS, e ele não pode se isentar disso”, reforça o advogado.
Orientações do INSS
O INSS, por sua vez, enfatiza que a adesão ao acordo é destinada a beneficiários que contestaram os pagamentos e que não receberam resposta de suas entidades. Em casos em que há resposta, o segurado não precisa apresentar documentos de contraprova. A manifestação de concordância ou discordância deve ser inserida no aplicativo “Meu INSS” ou nos Correios. Se as informações não forem corroboradas pela entidade, o processo é encaminhado para auditoria interna.
Próximos passos
Wilson está determinado a buscar seus direitos e continuar a luta para que não apenas ele, mas todas as vítimas de fraudes possam encontrar um caminho para a justiça. Para quem se encontra em situação semelhante, é essencial conhecer os direitos e as opções disponíveis, além de não hesitar em buscar assistência jurídica. O INSS está em parceria com Defensorias Públicas para fornecer apoio jurídico aos beneficiários que precisarem.
A luta de Wilson Olímpio evidencia as fragilidades no sistema de proteção aos aposentados no Brasil, e a importância de um acompanhamento contínuo para que esses episódios de fraudes não se tornem uma norma.