Brasil, 31 de agosto de 2025
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Republicana Nancy Mace revela enojosa preferencia por assistir a deportações

Deputada republicana de Carolina do Sul provoca choque ao compartilhar seu passatempo que inclui assistir a audiências de imigração e esforços para desfinanciar cidades santuários

Nancy Mace (R-S.C.) revelou, nesta semana, seu passatempo que gerou repúdio: assistir a vídeos de audiências de imigração onde imigrantes ilegais são deportados, além de apoiar medidas para acabar com benefícios e incentivos fiscais a cidades consideradas santuário nos Estados Unidos.

Revelação pública de um “hobby” controverso

Durante participação no programa Fox Report Weekend, Mace afirmou que gosta de assistir a audiências de deportação no YouTube, descrevendo isso como uma de suas atividades favoritas. “Uma das minhas coisas preferidas de assistir são as audiências do tribunal, onde os imigrantes ilegais aparecem e a ICE os retira e deporta”, declarou, numa fala que remete ao comportamento de vilões de desenhos animados.

Um trecho mais extenso do programa, divulgado pelo The Daily Beast, mostra que a declaração de Mace foi motivada por um painel no programa que exibia a frase “Trump Crackdown in Sanctuary Cities”, ou seja, uma suposta pressão do governo Trump contra cidades santuário, com aumento de ações de ICE em Nova York em até 400% sob a presidência de Joe Biden.

Posicionamento antifluxo e proposta de desfinanciamento

Ao apoiar essa narrativa, a deputada afirmou ter proposto um projeto de lei para “desfundar e cancelar incentivos fiscais” às cidades que possuem políticas de acolhimento a imigrantes ilegais, ampliando assim a agenda de restrições e reforçando mensagens anti-imigração que a própria legenda sustenta há anos.

Racismo e política de criminalização

Essa postura de Nancy Mace faz parte de uma estratégia tradicional do Partido Republicano, que há tempos promove discursos racistas ao alegar que toda imigração ilegal estaria relacionada a crimes como estupros e homicídios. Segundo dados do Deportation Data Project, cerca de 30 mil pessoas atualmente detidas pela ICE não possuem antecedentes criminais, evidenciando uma distorção nos argumentos baseados em criminalidade.

Realidade nas cortes de imigração

Em relato recente para o HuffPost, o jornalista Matt Shuham descreveu sua experiência ao passar cinco dias monitorando audiências em tribunais de imigração em Nova York. Segundo ele, agentes federais de imigração admitem, de forma explícita, que o trabalho no tribunal é “como pescar em uma piscina abastecida”, ou seja, uma prática planejada e direcionada para capturar imigrantes indiscriminadamente.

Outro ponto alarmante foi a informação de que agentes especializados em crimes mais graves estão sendo deslocados para atuar em audiências, facilitando a detenção de pessoas sem registros de delitos. “Se você é um criminoso, agora é mais fácil ser capturado”, afirma um agente anonimizado para o jornalista.

Repercussões e impacto na política migratória

As declarações de Nancy Mace despertaram forte rejeição na opinião pública, que vê nela uma conduta insensível e de caráter reacionário. O episódio reforça a controvérsia em torno da postura dos aliados de Donald Trump, que há anos utilizam discursos de ódio e medidas repressivas contra imigrantes, muitas vezes sem base em dados concretos.

A discussão também reacende o debate sobre as políticas de imigração nos EUA, especialmente em um momento em que a maioria da população reconhece que uma parcela significativa de imigrantes não possui histórico criminal e que as ações de deportação muitas vezes atingem pessoas que vivem há anos no país.

Perspectivas futuras

A divulgação do posicionamento de Mace promete intensificar o embate político acerca do tratamento aos imigrantes ilegais. Críticos argumentam que esse tipo de postura alimenta o racismo institucional e viola princípios de direitos humanos, ao passo que defensores afirmam que reforça a segurança nacional.

Espera-se que, nos próximos meses, haja maior fiscalização sobre as ações do governo federal e que novas propostas legislativas visem a garantir um debate mais equilibrado e humano sobre a questão migratória.

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