O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, afirmou nesta quarta-feira (30) que a nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros deve gerar uma perda de aproximadamente US$ 1 bilhão no setor da carne bovina nos próximos seis meses. A medida, anunciada pelo presidente Donald Trump e que entra em vigor em 6 de agosto, elevará a carga tributária total para mais de 76%, comprometendo a competitividade do Brasil no segundo maior mercado de carne bovina do mundo.
Impacto na exportação de carne bovina para os EUA
Segundo Perosa, o Brasil exportaria cerca de 400 mil toneladas de carne bovina aos Estados Unidos em 2025. Com a nova tarifa, parte da produção será redirecionada para outros mercados ou será destinada ao mercado interno, o que pode gerar queda de preços e prejuízos à cadeia produtiva brasileira. “O mercado dos Estados Unidos é altamente rentável, próximo ao Brasil, e que tínhamos uma alta demanda. Agora, perdemos esse cliente”, afirmou o representante da Abiec.
Medidas de mitigação e negociações contínuas
O vice-presidente da entidade, Geraldo Alckmin, informou que o governo analisa alternativas para amenizar as perdas, como novas linhas de financiamento para o setor exportador. No entanto, Perosa destacou que nenhum outro mercado consegue absorver o volume e o tipo de produto destinados aos EUA. “As negociações podem continuar mesmo após o início da implantação da tarifa. Países como a União Europeia e a China iniciaram taxações e, posteriormente, retomaram as conversas”, explicou.
Prazo para cargas já embarcadas e cenário futuro
Apesar de a carne brasileira não ter ficado na lista de exceções à tarifa, Perosa avaliou como positivo o prazo estendido para a entrada em vigor. Assim, cerca de 30 mil toneladas já embarcadas ou em trânsito poderão chegar aos Estados Unidos sem a sobretaxa. A Abiec reiterou o compromisso de manter o diálogo com o governo brasileiro, importadores norte-americanos e organismos internacionais para preservar a competitividade da carne bovina brasileira e contribuir para a segurança alimentar global.
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