Brasil, 1 de agosto de 2025
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Atletas femininas precisarão passar por teste genético antes do Mundial

Testes com swab bucal serão exigidos para a confirmação de gênero das atletas no Campeonato Mundial de Atletismo.

Uma nova regra estabelecida pela World Athletics, entidade que governa o atletismo mundial, irá exigir que todas as atletas mulheres que desejam competir no Campeonato Mundial, previsto para setembro de 2025, realizem um teste genético para confirmar seu gênero. O teste, que consiste em um simples swab bucal, visa garantir que apenas atletas biologicamente femininas possam participar das competições na categoria feminina.

Entenda a polêmica dos testes de gênero no esporte

A exigência do teste vem em resposta a polêmicas recentes envolvendo a categoria feminina no esporte, particularmente após o desempenho da boxeadora argelina Imane Khelif nas Olimpíadas de Paris 2024. Khelif, que conquistou uma medalha de ouro, enfrentou críticas e questionamentos sobre sua elegibilidade devido às suas características biológicas.

Durante sua trajetória, Khelif foi suspensa de competições organizadas pela Associação Internacional de Boxe (IBA) em 2023, levando a um debate global sobre como a biologia deve ser considerada no contexto da competição feminina. O Comitê Olímpico Internacional (COI) também expressou preocupações sobre a participação de Khelif, sugerindo que ela não deveria competir em sua categoria.

As novas regras e seus impactos

Os testes exigidos pela World Athletics começarão a ser aplicados a partir de 1° de setembro de 2025, e serão obrigatórios para todas as atletas que desejarem competir nas provas femininas do Campeonato Mundial de Atletismo, que terá início em 13 de setembro. Essa decisão foi tomada após a formação de um grupo de trabalho sobre atletas de gênero diverso, que fez recomendações para garantir a integridade das competições femininas.

O presidente da World Athletics, Lord Sebastian Coe, deixou claro a intenção de “proteger e promover a integridade do esporte feminino”. Ele afirmou que é fundamental que qualquer atleta que compete na categoria feminina seja biologicamente feminina, reforçando que a biologia não deve ser substituída pelo gênero.

Descrição do teste genético

O teste, que não é invasivo, pode ser realizado através de um swab bucal ou análise de sangue, dependendo do que for mais conveniente para a atleta. Especificamente, o teste irá verificar a presença do gene SRY, que está presente no cromossomo Y e é responsável pelo desenvolvimento de características masculinas. Se necessário, também poderão ser medidos os níveis de testosterona da atleta.

Lord Coe, ao discutir estas novas regulagens, destacou que os testes serão realizados segundo padrões médicos internacionais e não devem causar preocupação quanto à invasividade do processo, garantindo que são necessários para manter a equidade nas competições.

Reação da comunidade esportiva

A implementação dessas novas regras provocou reações diversas entre atletas, treinadores e especialistas em esportes. Enquanto alguns apoiam a medida como um passo positivo para a proteção do esporte feminino, outros a consideram discriminatória e prejudicial à inclusão dos atletas trans no esporte. A discussão sobre o equilíbrio entre inclusão e fair play continua a polarizar opiniões na comunidade esportiva globalmente.

As expectativas são altas para a implementação eficaz dessas diretrizes, e o que acontece nas próximas edições de competições em nível global, incluindo os Jogos Olímpicos e campeonatos mundiais, está sob scrutinio. A tentativa da World Athletics de normatizar como o gênero é tratado no esporte pode significar mudanças duradouras em como as competições são estruturadas e administradas nas próximas décadas.

Como se desenrolarão as discussões em torno dessas questões nos próximos anos? Apenas o tempo mostrará se essas medidas trarão um impacto positivo ou se irão causar mais controvérsias no complexo campo do esporte.

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