No último domingo (27), Limeira, SP, foi palco de um evento que acabou em tragédia. Uma criança de 11 anos foi atropelada durante apresentações de manobras com motos, o que resultou em cinco feridos. A situação levantou questionamentos sobre a organização e os cuidados adequados ao público durante o evento.
O acidente e a internação da criança
O garoto, que estava assistindo ao evento, foi atingido por uma motocicleta em alta velocidade enquanto duas motos colidiam. Ele sofreu ferimentos graves, incluindo uma agressão na cabeça que levou a convulsões. Apesar do quadro alarmante, seu estado de saúde tem se mostrado em recuperação desde então, com relatos de que já não estava mais entubado e apresentava melhora na terça-feira (29).
O tio do menino, Ronaldo Henrique Miranda, expressou sua indignação quanto à falta de segurança no local. Segundo ele, o espaço não era adequado e a presença de crianças nas proximidades era arriscada. “Eu achei uma falta de organização. Não tinha apenas a meu sobrinho de criança, tinha muitas”, comentou.
Investigações em curso
A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar o caso e entender as circunstâncias que levaram aos acidentes. Estão sendo ouvidos organizadores do evento, representantes da prefeitura e o próprio tio da criança. O boletim de ocorrência registra lesão corporal culposa, apontando que não houve intenção de causar o acidente, e fuga do local por parte do motociclista responsável.
O “Domingrau”, nome do evento que atraiu grande público, ocorreu em uma área destinada à construção de um aeroporto paralisado desde 2013. Apesar de contar com a presença de uma ambulância e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a agilidade do socorro foi questionada, especialmente no segundo acidente que vitimou o garoto.
Pontos críticos da organização do evento
Outros participantes e organizadores também levantaram preocupações sobre a estrutura do evento. O guarda municipal Silvio Aparecido Lourenço Ramos, encarregado da equipe de Ronda Ostensiva Municipal (Romu), ressaltou que o fluxo de motocicletas foi maior do que o esperado e a segurança disponível era insuficiente. “Acredito que eles não imaginaram a quantidade de pessoas que iriam até o local”, explicou.
Medidas a serem tomadas pela prefeitura
A Prefeitura de Limeira anunciou que irá analisar as circunstâncias dos acidentes e avaliar a distância entre o público e a pista das manobras. Em nota oficial, a administração lamentou profundamente os acidentes e afirmou que está atenta à evolução do estado de saúde das vítimas. “Diante da ocorrência de três acidentes em um curto intervalo de tempo, foi necessário o acionamento do Samu para o atendimento às vítimas”, afirmou a nota.
Depoimentos e reflexões sobre segurança
Guilherme Derik, um jovem motoboy que também se feriu durante o evento, relatou sua experiência afirmando que foi uma falha pessoal durante a execução das manobras. “Aconteceu por falha nossa mesmo”, disse, referindo-se ao acidente em que se machucou ao tentar controlar a moto.
Este trágico incidente levanta questões importantes sobre segurança e organização em eventos de manobras radicais, especialmente em locais que não possuem a infraestrutura adequada para garantir a proteção do público e dos participantes. Conforme as investigações avançarem, espera-se que lições sejam aprendidas para prevenir futuros acidentes.
A situação em Limeira serve como um alerta para a necessidade de implementar normas rigorosas que garantam a segurança em eventos do gênero, protegendo não apenas os motociclistas, mas também o público, especialmente ao redor de crianças.
As autoridades e organizadores do evento terão um papel crucial na reformulação das diretrizes que regulam a realização de eventos motociclísticos e similares, buscando evitar que tragédias como a ocorrida em Limeira voltem a acontecer.