Brasil, 1 de agosto de 2025
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EUA aumentam tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e impactam exportações

Medida de Trump entra em vigor em agosto, afetando setores-chave do Brasil como café, carne e máquinas industriais

Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira (30) um aumento de 40 pontos percentuais na tarifa de 50% sobre uma lista de produtos brasileiros, que entra em vigor em 6 de agosto. A medida, assinada pelo presidente Donald Trump, deve afetar significativamente as exportações brasileiras para o país, principal destino dos produtos manufaturados e agrícolas, atrás apenas da China.

Impacto sobre setores estratégicos do Brasil

Apesar de algumas isenções, produtos essenciais como café, carne bovina, petróleo bruto, máquinas e bens manufaturados terão a tarifa elevada, o que pode reduzir a competitividade brasileira no mercado norte-americano. Empresas e setores, especialmente os relacionados ao agronegócio, enfrentam incertezas no médio prazo, com potencial impacto na balança comercial e na geração de empregos.

Produtos mais afetados e suas exportações

Café

O Brasil lidera mundialmente a produção de café, com os EUA como principal destino. Em 2024, as exportações de café totalizaram quase US$ 2 bilhões, correspondendo a 16,7% do total embarcado pelo país. Segundo a consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio, a tarifa de 50% deve encarecer o produto nos EUA, comprimindo as margens brasileiras e elevando os preços ao consumidor americano, além de afetar as exportações.

Carne bovina

Os EUA respondem por 16,7% do volume exportado pelo Brasil em carne bovina, com 532 mil toneladas e US$ 1,6 bilhão em receita em 2024, informa a Abrafrigo. A Minerva Foods estima que a tarifa pode reduzir em até 5% sua receita líquida, mas empresas como JBS e Marfrig possuem operações nos EUA que podem amenizar os efeitos, apesar de o momento de baixa oferta de bois para abatimento tornar a situação delicada.

Máquinas e equipamentos industriais

Com US$ 1,3 bilhão exportados em 2024, esse setor representa mais de 60% do total de manufaturados brasileiros enviados aos EUA, segundo o BTG Pactual. A medida é negativa para empresas como WEG, que operam no segmento de motores e geradores, afetando as margens e perspectivas futuras.

Bens manufaturados e eletrônicos

O setor de eletroeletrônicos exportou US$ 1,1 bilhão aos EUA no primeiro semestre de 2024, de acordo com a Abinee. Além disso, materiais de construção, móveis, calçados, têxteis e outros bens manufaturados também sofrerão impacto com a nova tarifa, que pode elevar os custos e reduzir a competitividade das exportações brasileiras.

Contexto da decisão e críticas ao Brasil

Donald Trump justificou a elevação da tarifa afirmando que o Brasil adotou ações que representam uma ameaça à segurança nacional, à economia e à política externa dos EUA. A medida também envolve críticas ao governo brasileiro, acusando-o de perseguir políticos, violar direitos humanos e enfraquecer a democracia.

Segundo o documento assinado pelo presidente norte-americano, o ministro do STF Alexandre de Moraes teria emitido ordens secretas para censurar discursos políticos, entregar dados de usuários e alterar políticas internas sob ameaça de sanções. Em retaliação, os EUA cancelaram vistos do ministro, seus aliados e familiares.

Perspectivas futuras para negociações

Apesar da instalação da tarifa, o governo brasileiro manteve negociações com os EUA, com o ministro Fernando Haddad afirmando que as conversas continuarão mesmo após a implementação da medida. O impacto econômico deve ser avaliado nos próximos meses, com atenção especial para os setores mais vulneráveis às mudanças tarifárias.

Para mais detalhes, acesse a matéria completa no G1.

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