Brasil, 30 de julho de 2025
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Tarifas de Trump ameaçam expansão da produção de laranja no Brasil

Produtores brasileiros de laranja no Nordeste enfrentam dificuldades após anúncio de tarifas dos EUA, que podem prejudicar a nova fronteira citrícola

Após anos de luta contra a doença do greening, os produtores de laranja do Brasil estavam expandindo suas plantações no Nordeste, aproveitando preços elevados. No entanto, as tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que entram em vigor em 1º de agosto, ameaçam frear essa expansão, colocando em risco a nova fronteira citrícola no país.

Impacto das tarifas dos EUA na produção de laranja e no mercado

Segundo fontes do setor, o governo brasileiro preparava uma proposta de exclusão do suco de laranja, café e da Embraer das tarifas protegidas por Trump, para evitar prejuízos à economia local (Fonte). Entretanto, a recente proposta de tarifa de 50% nos EUA já afetou a indústria brasileira de laranja, elevando os preços do produto lá fora e assustando os produtores nacionais, que dependem das exportações.

Expansão no Nordeste em meio às ameaças tarifárias

Com a doença do greening combatida por temperaturas elevadas no Nordeste brasileiro, regiões como Sergipe e Bahia vêm respondendo por cerca de 6% da produção brasileira na safra 2023–2024, segundo o IBGE (IBGE). Produtores locais, como Fernando França, têm vendido suas laranjas por preços até duas vezes maiores que o comum devido à alta demanda gerada pelos preços internacionais.

França, que cultiva 250 hectares em Boquim, Sergipe, relata que as empresas do Sudeste estavam desesperadas por frutas, enviando caminhões de longas distâncias para garantir suprimentos. “Todos os dias chegavam mais caminhões querendo frutas”, afirma. Ele vendeu suas 4 mil toneladas por R$ 8 milhões, aproveitando a demanda elevada.

Perspectivas de expansão e obstáculos futuros

Produtores como Cléber Bacamal já estão ampliando suas plantações, acreditando na tendência de alta. Bacamal, que espera que o preço do R$ 3.500 por tonelada seja atingido em breve, planeja dobrar sua quantidade de pés de laranja. “Vendo tudo pelo dobro do preço e adquirindo fazendas vizinhas”, revela o empresário.

No entanto, a continuidade desse crescimento está ameaçada pelas tarifas, que podem prejudicar as negociações internacionais e reduzir o fluxo de caminhões rumo ao Nordeste. França lembra que a produção de laranja na região ainda é pequena, respondendo por aproximadamente 6% da safra nacional, e que os novos plantios levem pelo menos dois anos para gerar resultados expressivos (Fonte).

Reações e futuros desdobramentos

Empresas americanas que importam suco de laranja já desafiam as tarifas na Justiça, buscando suspender a medida. Se a tarifa de 50% for mantida, a previsão é que a expansão da agricultura citrícola no Nordeste seja bastante prejudicada, além de impactar ekonomicamente a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos (Fonte).

Enquanto isso, produtores locais continuam investindo em novas mudas e propriedades vizinhas, embora os efeitos desse aumento na produção ainda demorem a se refletir na estatística oficial, que registra cerca de um milhão de toneladas na safra atual, uma fração das 14,8 milhões produzidas no Sudeste.

De uma forma geral, o cenário aponta para um período de incertezas para a citricultura brasileira, com os obstáculos tarifários podendo atrasar a consolidação da nova fronteira produtiva no Nordeste.

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