Um cenário de “fome de pior caso” está se desenrolando na Faixa de Gaza, conforme revela novo relatório apoiado pela ONU, que alerta para a necessidade de intervenção imediata para evitar mortes em massa devido à crise humanitária.
Cenário de fome extrema na Gaza, segundo relatório da ONU
A última atualização do Classificação Integrada de Segurança Alimentar (IPC), publicada nesta terça-feira (24), afirma que evidências crescentes indicam que todos os critérios de fome foram atingidos na região, com aumento de casos de desnutrição, doenças e mortes relacionadas à fome.
Apenas em julho, as mortes por fome chegaram a 83 crianças e 122 palestinos no total, conforme informações do Ministério da Saúde de Gaza. Além disso, mais de 28 mil casos de desnutrição foram registrados na região, com cinco mil ocorrências só em julho.
Restrição de ajuda humanitária agrava crise na Gaza
Autoridades internacionais destacam que o acesso humanitário continua extremamente limitado, apesar de Israel permitir “pausas humanitárias” mais frequentes. Na última delas, mais de 100 caminhões de ajuda entraram na região no domingo.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que “isto não é um aviso, é uma realidade diante de nossos olhos”, ressaltando que o fluxo de ajuda, ainda restrito, precisa se transformar em uma “oceano de assistência” para salvar vidas.
Alerta para o extremo risco de fome
Segundo o IPC, a análise mais recente — conduzida em maio — indica que toda a população de Gaza enfrentará níveis elevados de insegurança alimentar até setembro de 2025. Cerca de 500 mil pessoas estão em “catástrofe”, uma classificação que indica fome extrema, destituição e risco de morte.
O relatório alerta que uma em cada três pessoas na região está passando dias sem comer e reforça a urgência de uma resposta humanitária grande e sem obstáculos para interromper o aumento de mortes e sofrimento humano.
Impactos globais e necessidade de ação rápida
Especialistas e organizações humanitárias ressaltam que a crise exige ações coordenadas e imediatas para evitar um desastre maior na região, que permanece isolada e sem acessos facilitados aos alimentos e medicamentos essenciais.
O diretor de operações da ONG Caridade Gaza, Marta Souza, afirmou que “o mundo não pode fechar os olhos para uma crise que envolve a vida de milhões de pessoas à beira da fome e da morte”.
A crise no Gaza revela um quadro dramático de vulnerabilidade humanitária, que demanda atenção internacional urgente antes que seja tarde demais.
