Empresários e representantes de setores da indústria e do agronegócio em São Paulo manifestaram pessimismo em relação ao tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e acreditam que a cobrança das tarifas, prevista para começar em 1º de agosto, é inevitável. A dificuldade nas negociações e o contexto político contribuem para essa percepção negativa.
Dificuldades nas negociações e impacto político
Segundo empresários ouvidos, a principal razão para o impasse é a dificuldade do Brasil em convencer Washington a limitar as tarifas. “Chega o dia 1º e o Brasil não chega a um acordo”, afirmou um representante do setor industrial. Outro empresário do agronegócio destacou que “não tem o que fazer” diante da situação.
Embora haja alguma expectativa de que o empresariado norte-americano possa pressionar o governo Trump para amenizar as tarifas, há ceticismo quanto à efetividade dessas ações. “Não sei se os empresários dos EUA estão tão dispostos a brigar pelo Brasil, porque eles também têm interesses lá”, comentou um empresário do setor.
Dificuldade política e prioridades dos EUA
O enfrentamento, segundo setores da economia brasileira, está relacionado ao contexto político por trás da ameaça tarifária de Trump. O republicano já afirmou que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe é uma “caça às bruxas” e indicou que as tarifas podem ser uma retaliação ao Brasil por questões diplomáticas.
Além disso, o empresariado afirma que, neste momento, os Estados Unidos não veem o Brasil como prioridade e estão priorizando negociações com outras nações. “A situação ainda piora antes de melhorar”, avaliou um representante de setor industrial.
Impactos nas exportações e medidas de apoio
O temor é que as tarifas prejudiquem as empresas brasileiras que exportam para os EUA, especialmente as de menor porte. Para mitigar os efeitos econômicos, o setor espera a implementação de medidas de auxílio, como o apoio financeiro ao setor exportador.
Na semana passada, o governo de São Paulo anunciou a liberação do crédito acumulado do ICMS para empresas exportadoras, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) também divulgou apoio para essas companhias. Além disso, programas como o Pronampe e a expansão do prazo de pagamento de impostos são vistos como alternativas válidas para enfrentar o momento de instabilidade.
Perspectivas e próximos passos
Representantes do setor indicam que a expectativa é de que o cenário negativo persista até que haja uma mudança na postura dos EUA ou um avanço nas negociações. O impacto das tarifas deve ser monitorado de perto, sobretudo sobre as empresas de pequeno e médio porte, que podem sofrer efeitos mais severos diante de uma tarifaço oficial.
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