Brasil, 30 de julho de 2025
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Formação sinodal une seminaristas de Angola e São Tomé

Evento inédito promove diálogo e reflexão sobre sinodalidade e direitos humanos.

Na cidade do Lubango, em Angola, ocorreu um marco histórico na formação teológica de seminaristas, com a união dos cinco Seminários Maiores da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e Príncipe (CEAST). De 15 a 20 de julho de 2025, teve lugar a terceira edição do Acampamento Nacional de Direitos Humanos e Teologia, promovido pelo Mosaiko – Instituto para Cidadania, que pela primeira vez ofereceu formação específica sobre sinodalidade.

A importância da sinodalidade na formação dos seminaristas

A sinodalidade, um conceito defendido pelo Papa Francisco, é fundamental para construir uma Igreja que escuta e caminha junto com o povo de Deus. Durante o acampamento, seminaristas puderam compreender as dimensões teológicas, pastorais e práticas desta abordagem e como ela está totalmente alinhada ao chamado do Papa para que a Igreja seja mais inclusiva e participativa.

A especialista Dra. Sheila Leocádia Pires, que orientou a formação, estimulou um diálogo vivo entre escuta, comunhão e missão. “O seminarista de hoje precisa de formação integral: acadêmica, espiritual, pastoral e humana”, destacou Ir. Isabel Alfaro, uma das formadoras. Essa visão ampla é essencial para o desenvolvimento de líderes eclesiais que sejam conscientes da realidade social e prontos para servir.

Reflexões e temas abordados durante o acampamento

Além da sinodalidade, os seminaristas debateram temas relevantes como direitos humanos, justiça social, identidade cultural, equidade de gênero e dignidade humana. O evento foi enriquecido por uma equipe diversificada de formadores, incluindo professores e especialistas que abordaram diferentes dimensões da fé e da vida humana. A troca de experiências e testemunhos de vida também trouxe um aspecto emotivo ao acampamento, fortalecendo o compromisso com a verdade e a justiça.

Momentos marcantes, como os relatos de Luaty Beirão e Pe. Pio Wacussanga, motivaram os participantes a refletir sobre a sua própria missão e luta em favor dos mais pobres. Esses testemunhos reforçaram a necessidade de um compromisso ético da Igreja em um mundo que enfrenta tantas desigualdades.

Participação e impacto na vida dos seminaristas

Com a presença de 114 seminaristas do terceiro ano, a iniciativa foi marcada por um espírito de fraternidade e um forte senso de responsabilidade eclesial. Os participantes saíram do acampamento com uma nova visão sobre a importância de se trabalhar em conjunto e de escutar uns aos outros. Gabriel Miguel, um dos seminaristas, comentou: “Foi a primeira vez que ouvi falar de sinodalidade de forma tão clara e profunda. Agora entendo que somos chamados a caminhar juntos, a escutar e a construir uma Igreja mais aberta e participativa”.

Outro seminarista, Mário Kamala Albino, destacou a conexão entre fé e direitos humanos: “Aprendemos que direitos humanos e fé não se excluem. Ao contrário, caminham juntos na defesa da dignidade da pessoa”.

Encerramento do acampamento e lições aprendidas

O acampamento foi encerrado com uma celebração eucarística na Catedral do Lubango, celebrada pelo Pe. Manuel Calengue, reitor do Seminário Maior da Arquidiocese do Lubango. A missa simbolizou a culminação de um encontro frutífero que trouxe à tona questões cruciais para a formação dos futuros sacerdotes.

O Acampamento Nacional de Direitos Humanos e Teologia reafirma a importância da formação crítica e pastoral na preparação dos seminaristas, integrando fé, justiça e participação. A inclusão da formação sinodal neste contexto representa um novo tempo de esperança e compromisso para a Igreja na região, evidenciando que a jornada de transformação deve ser vivida em conjunto, com abertura ao diálogo e disposição para ouvir os diversos grupos da sociedade.

Esse importante passo dado pelos seminaristas da CEAST não só sinaliza uma evolução na formação teológica de Angola e São Tomé, mas também destaca a urgência de se formar líderes capazes de agir em sinergia com o povo e enfrentar as desigualdades presentes na sociedade.

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