Brasil, 29 de julho de 2025
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Por que a geração Z rejeita relacionamentos com diferenças de idade

Geração Z demonstra forte aversão a relacionamentos com diferenças de idade, preocupada com ética, poder e consentimento.

Na era do movimento #MeToo, a geração Z mantém um olhar crítico e questionador sobre relacionamentos com diferenças de idade, embora muitos sejam legais. Essa postura reflete uma maior conscientização sobre dinâmicas de poder e consentimento, alimentada por debates nas redes sociais e casos de celebridades.

Debates nas redes sociais sobre diferenças de idade nos relacionamentos

Entre jovens, discutir diferenças de até cinco anos ou mais é comum, especialmente em plataformas como Twitter, TikTok e Threads. Muitos consideram essas relações problemáticas, pois percebem riscos de exploração e desequilíbrios de poder. Recentes exemplos de celebridades, como o namoro de Aoki Lee Simmons, de 21 anos, com Vittorio Assaf, de 65 anos, reacenderam as discussões, mesmo ambos sendo maiores de idade.

Preocupação com o desenvolvimento cerebral e ética

Uma das principais críticas é a teoria de que o cérebro humano, sobretudo o córtex pré-frontal, não está totalmente desenvolvido aos 21 anos, o que levanta questões éticas sobre a maturidade para relacionamentos de maior idade. Uma jovem na Threads afirmou: “Adulthood deveria significar votar e se alistar, mas todos sabem que o cérebro não amadurece totalmente nesta fase.”

Casais famosos e a crítica social

Relacionamentos de atores como Aaron Taylor-Johnson, que conheceu Sam Taylor-Johnson ainda na juventude, também são alvo de questionamentos. Alguns internautas alegam que esses casos representam exploração velada, enquanto outros defendem que a compatibilidade vai além da idade cronológica.

A percepção de vulnerabilidade e predatória

Jovens, como Mona, de 21 anos, veem relações de até três anos de diferença como aceitáveis, mas enxergam com desconfiança parcerias com diferenças maiores, especialmente envolvendo homens mais velhos que quase sempre buscam jovens. Mona acredita que esse comportamento, comum em atores como Leonardo DiCaprio, é “extremamente estranho” e revela uma busca por vulnerabilidade.

Contexto social e o impacto do Covid-19

O isolamento social e o impacto da pandemia contribuíram para que muitos jovens se sintam “mais ainda” na fase inicial da vida, reforçando a resistência a relacionamentos com diferenças de idade consideráveis. Mona acredita que essa sensação de imaturidade prolongada influencia a rejeição a encontros com pessoas mais velhas.

Perspectivas e opiniões diversas na geração Z

Nem todos concordam com a visão predominante. Rei, de 22 anos, queer, afirma que relacionamentos com diferenças de idade não são necessariamente problemáticos e que outros fatores, como poder econômico e estágio de vida, são mais relevantes. Segundo eles, “em nossa comunidade, é comum que pessoas mais novas tenham parceiros mais velhos.”

Outra opinião é de Amelia, que acredita que a preocupação excessiva impede a liberdade de escolhas por parte de adultos consententes. Ela critica o uso do termo “grooming” para rotular qualquer relação com diferença de idade, argumentando que isso “diminui o peso do signo de exploração legítima.”

A intolerância e o impacto do ambiente digital

Especialistas como o psicólogo Justin Lehmiller ressaltam que o estigma contra relacionamentos com diferenças de idade é antigo, mas que a diferença na percepção social hoje está na forte reação pública nas redes. Na visão dele, a aversão da geração Z decorre de sua percepção de vulnerabilidade e medo de manipulação, reforçados pelo ambiente digital e pela exposição precoce a conteúdos sexualizados.

Conclusão: autonomia e diversidade de opiniões

Apesar das divergências, grande parte dos jovens defendem que adultos podem decidir suas relações privadas sem serem julgados, desde que consensuais. Eles ressaltam que as dinâmicas de poder e as experiências pessoais influenciam suas opiniões, e que nenhuma relação deve ser anatematizada automaticamente pela diferença de idade.

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