Brasil, 29 de julho de 2025
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Policial federal confessa sua admiração por Alexandre de Moraes

Durante interrogatório no STF, policial federal se declarou fã do ministro enquanto é réu em trama golpista.

No recente interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), o policial federal Wladimir Soares, atualmente réu em uma tentativa de golpe de Estado, surpreendeu a todos ao afirmar que era “fã” do ministro Alexandre de Moraes. Essa declaração foi feita no início do depoimento, em que o agente discutiu sua atuação em diferentes administrações e revelou detalhes alarmantes de seus planos e motivações.

Admiração mascarada por intenções obscuras

Wladimir Soares, que foi responsabilizado por sua participação em uma trama golpista, mencionou que teve a oportunidade de oferecer segurança ao então Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, durante as Olimpíadas de 2016. “Eu era muito fã dele, porque quando me formei em Direito eu estudei pelo livro dele”, disse o policial, evidenciando uma relação que misturava reverência e uma trágica reviravolta de lealdade.

No entanto, a história não se resume à admiração do policial. Em um relatório divulgado pela Polícia Federal em maio, audios extraídos do celular de Soares revelaram que ele estava “preparado para prender” Moraes, indo de encontro ao seu depoimento inicial. O agente declarou que sua intenção era de não permitir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, numa clara demonstração das intenções golpistas que permeavam seus pensamentos.

Os planos revelados e suas implicações

Nos diálogos recuperados pela PF, Soares fala abertamente sobre estar “preparado” para efetuar a prisão do ministro Alexandra de Moraes e menciona que faria parte da equipe encarregada de executar essa missão. “A gente estava preparado para isso, inclusive”, afirmou em uma conversa no dia 2 de janeiro de 2023, demonstrando que o sentimento de traição e golpe estava em sua mente.

Soares também não hesitou em compartilhar que, se seu plano tivesse avançado, haveria consequências trágicas. “A gente ia empurrar meio mundo de gente. Matar meio mundo de gente. Estava nem aí já, cara”, afirmou, chocando os investigadores e o público ao descrever a intenção de causar violência em massa.

A decisão que impediu o golpe

Durante outros trechos das conversas gravadas, o policial expressou a certeza de que “não iria haver posse” de Lula porque “nós não íamos deixar”. Ele ainda justificou que o plano para a execução do golpe não progrediu porque o ex-presidente Jair Bolsonaro hesitou em agir com coronéis do Exército, que, segundo ele, tinham a simpatia popular, mas poderiam enfrentar resistência de generais da ativa. “O povo aqui está desolado, ninguém entende”, desabafou. Soares mencionou que a falta de atitude do ex-presidente impedira que a operação fosse conduzida por coronéis.”

Consequências do golpe e seus desdobramentos

Atualmente, Wladimir Soares, assim como outros réus do núcleo envolvido, enfrenta acusações severas, incluindo tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada e outras infrações. As declarações do policial no STF não apenas ressaltam as tensões políticas em ebulição no Brasil, mas também dão uma nova dimensão ao debate sobre a segurança pública e o papel das instituições democráticas no país.

Essas revelações ressaltam a necessidade urgente de um debate sobre a integridade das instituições democráticas do Brasil e o poder que as forças de segurança têm em tempos de crise política. A trajetória de Wladimir Soares, de admirador de um ministro a conspirador, convida os cidadãos a refletirem sobre a importância da vigilância e defesa dos valores democráticos.

O interrogatório de Soares e as informações que emergiram disso mostram que a política no Brasil ainda está longe de ser pacificada, e a luta pela democracia continua a ser desafiadora. Que os cidadãos e as instituições possam tirar as lições necessárias para garantir que a história não se repita.

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