Em um dia marcado pela volatilidade, o mercado financeiro brasileiro reagiu negativamente às declarações sobre a possível implementação de tarifas comerciais pelos Estados Unidos. O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, fechou aos 132.129 pontos, com uma queda de 1,04%, atingindo o menor nível desde 22 de abril. Além disso, o dólar comercial encerrou o dia a R$ 5,59, uma alta de R$ 0,029 (+0,52%), aproximando-se do valor mais alto desde 4 de junho.
Impacto das tarifas dos EUA e reflexos no câmbio
O mercado de câmbio foi fortemente afetado pela expectativa da entrada em vigor de tarifas de 15% sobre produtos do bloco europeu, após acordo entre Estados Unidos e União Europeia, e pelas declarações do secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick. Em entrevista no domingo (27), Lutnick afirmou que a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, implementada pelo governo Trump, não será adiada e entrará em vigor em 1º de agosto. Segundo a agência Brasil, essa medida aumenta a instabilidade e reforça a saída de capitais do real.
O dólar acumulou alta de 2,87% em julho, embora apresente uma queda de 9,49% no acumulado de 2025. Na sessão, a moeda chegou a R$ 5,61 na máxima do dia, após abrir o mercado com forte volatilidade.
Repercussões internacionais e efeitos para o Brasil
O agravamento das tensões comerciais globais foi refletido também na cotação do euro, que fechou a R$ 6,47, uma queda de 0,78%. Apesar disso, o papel do Brasil foi mais sensível, sobretudo por causa do endurecimento na postura dos Estados Unidos em relação ao comércio bilateral.
Analistas afirmam que o cenário de incerteza potencializa a saída de investimentos estrangeiros e eleva a volatilidade, ameaçando a estabilidade econômica brasileira. Muitos destacam que a escalada de tarifas é um risco que pode impactar a balança comercial e o crescimento do país nos próximos meses.
Perspectivas para o mercado brasileiro
Especialistas recomendam cautela e monitoramento das próximas medidas governamentais e negociações internacionais. Ainda não há previsão de quando as tarifas poderão ser revisadas, o que mantém o ambiente de incerteza no curto prazo.
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