O deputado federal Marcel van Hatten (Novo) protocolou documentos na Câmara dos Deputados, buscando esclarecer a decisão do governo federal de retirar o Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), da qual o país era membro observador desde 2021. Os pedidos foram apresentados nesta segunda-feira (28/7).
Demandas de esclarecimento
No requerimento apresentado à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Creden), o líder do partido Novo exige informações do ministro das Relações Exteriores, embaixador Mauro Vieira, sobre os motivos que levaram o Brasil a essa decisão. Em outro documento, van Hatten, junto a outros deputados do partido, solicita a aprovação de uma moção de repúdio à atitude do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Questionamentos aos parlamentares
“Por que esse tipo de ação internacional não foi adotado contra regimes como os de Nicolás Maduro, Daniel Ortega, Miguel Díaz-Canel, Ebrahim Raisi ou Vladimir Putin, cujas violações de direitos humanos são amplamente documentadas?”, questionam os parlamentares em um dos requerimentos.
Criticas à decisão do governo
Em nota enviada à reportagem, o presidente da Creden, deputado federal Filipe Barros (PL), criticou a postura do governo federal, afirmando que a decisão contraria a tradição da diplomacia brasileira, que sempre buscou “propor uma solução de paz”. O deputado recrimina a recente deterioração nas relações entre Brasil e Israel, alegando que a gestão Lula se alinha ao que classificou de “Eixo do Mal”.
“Ao afirmar juridicamente sua posição favorável aos terroristas do Hamas e também sair da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto, Lula e sua diplomacia anã escrevem na história que sempre tiveram um lado, o do Eixo do Mal”, afirmou Barros, referindo-se à comparação feita por Lula entre Israel e Hitler, o que, segundo o deputado, revela a visão do ex-presidente em relação ao povo judeu – citando um elogio a Hitler que Lula teria feito em uma entrevista.
Impacto da saída do Brasil
Na última semana, o governo Lula se viu novamente em meio a uma controvérsia com Israel, especialmente após a confirmação da retirada do Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto, que foi criada na década de 1990 para combater o antissemitismo. A informação surgiu em um comunicado da chancelaria israelense, no qual o suporte e o ingresso formal do Brasil em uma ação na Corte Internacional de Justiça (CIJ) contra Israel foram criticados.
Posicionamento do Itamaraty
Ao Metrópoles, fontes próximas à diplomacia israelense confirmaram que o governo federal já notificou a Embaixada de Israel em Brasília sobre a retirada. Contudo, até o fechamento deste artigo, o Itamaraty ainda não havia se pronunciado oficialmente sobre este assunto.
A situação traz à tona um debate crucial sobre a postura do Brasil em relação a temas internacionais sensíveis, especialmente em relação aos direitos humanos e suas implicações nas relações diplomáticas com outras nações. A oposição se mobiliza em torno do tema, evidenciando uma polarização crescente nas questões diplomáticas do país.
O desenrolar deste caso deve ser acompanhado de perto, uma vez que poderá impactar as relações do Brasil não apenas com Israel, mas também com outras nações que observam com atenção a crise diplomática em formação.
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