Brasil, 29 de julho de 2025
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Crédito imobiliário cai quase 63% nos primeiros cinco meses de 2025

Financiamentos para construção de imóveis despencam 62,9%, refletindo impacto do cenário econômico e juros elevados

O crédito destinado à construção imobiliária registrou uma forte queda de 62,9% nos primeiros cinco meses de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024, segundo balanço divulgado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic). A retração ocorre em meio a um cenário de juros altos, inflação persistente e incertezas no ambiente fiscal.

Queda no financiamento de unidades habitacionais e impacto no setor

Dados da Cbic indicam que o número de unidades habitacionais financiadas pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) caiu de 65,1 mil para 24,1 mil, uma redução de 62,9% em um ano. O montante financiado também sofreu uma forte desaceleração, passando de R$ 15,5 bilhões para R$ 7,1 bilhões, uma diminuição de 54,1%.

A economista-chefe da Cbic, Ieda Vasconcelos, explicou que a alta nos custos de construção e os juros elevados têm contribuído para esse cenário. “O custo geral da construção, tanto de insumos quanto de mão de obra, vem subindo acima da inflação nos últimos anos”, afirmou Vasconcelos, acrescentando que esse aumento começou em 2020 e acumulou mais de 54,4% até o momento, enquanto a inflação no mesmo período foi de 37,5%.

Fatores que dificultam o financiamento imobiliário em meio a juros elevados

O cenário altamente oneroso, com a taxa básica de juros (Selic) permanecendo no patamar de 15%, tem levado os bancos a priorizar a oferta de créditos para imóveis prontos, ao invés de financiamentos para construção. O Comitê de Políticas Monetárias (Copom) do Banco Central deve manter a Selic neste nível na próxima reunião, o que reforça o ambiente de juros elevados.

De acordo com Vasconcelos, essa tendência deve continuar até que haja uma mudança na política de juros ou uma melhora nas condições econômicas. “Se o atual ambiente de juros persistir, há risco de uma desaceleração mais acentuada no setor a partir de 2026”, alertou.

Perspectivas e desafios para o setor da construção civil

Apesar do momento desafiador, o setor de construção mantém uma trajetória de crescimento e gerou mais de 3 milhões de empregos formais pela primeira vez desde 2014. A projeção é de que a atividade continue alta no primeiro semestre e que o setor cresça aproximadamente 2,3% neste ano.

Entretanto, o estudo divulgado pela Cbic aponta que a quantidade de novos lançamentos de empreendimentos e serviços teve uma baixa significativa em julho, indicando preocupação com o médio e longo prazo. “A falta de investimentos e a alta dos custos podem comprometer o crescimento sustentável do setor”, destacou Vasconcelos.

Fatores econômicos e futuros investimentos

A análise da Cbic ressalta que o aumento contínuo de custos na construção, aliado às incertezas econômicas, repercute negativamente na concessão de crédito e na retomada de novos projetos. Para que haja um crescimento contínuo, é fundamental a realização de novos investimentos no setor.

As ações do governo e do mercado financeiro serão decisivas para o futuro do mercado imobiliário, que, segundo especialistas, deve esperar melhorias na economia e na política de juros para recuperar o ritmo de financiamentos. Confira a fonte completa.

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