Brasil, 29 de julho de 2025
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Justiça solta ex-servidor da strans investigado por apagar multas ilegalmente

A Justiça do Piauí decidiu libertar Lucas da Rocha Lima, ex-servidor da Strans, investigado por cancelamento ilegal de multas.

A recente decisão da Justiça do Piauí trouxe à tona um caso de corrupção que afeta a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) de Teresina. Lucas da Rocha Lima, ex-servidor comissionado da Strans, foi solto após se apresentar à polícia e colaborar com investigações sobre um esquema que envolvia o cancelamento ilegal de multas de trânsito. A situação levanta questões sérias sobre a integridade dos sistemas de fiscalização de trânsito no município.

Colaboração nas investigações

Lucas foi detido na última sexta-feira (25) e liberado no sábado (26). De acordo com o delegado Ferdinando Martins, coordenador do Departamento Estadual de Combate à Corrupção (Deccor), ele “colaborou com as investigações” e forneceu “dados positivos” durante seu interrogatório. A Polícia Civil, que já havia recebido uma denúncia anônima sobre o esquema, encontrou evidências concretas que sugerem a participação de diversos funcionários da Strans no cancelamento de multas sem a devida autorização.

Como funcionava o esquema de cancelamento

A investigação do Deccor revelou que, entre fevereiro e junho de 2024, Lucas não apenas apagava multas diretamente, mas também instruía funcionários terceirizados da Strans a fazer isso, sempre com a permissão dos gestores. Um ofício enviado pela polícia à superintendência indicou que, após uma auditoria interna realizada pela Strans, foram identificadas 2.215 multas canceladas ilegalmente, das quais aproximadamente 400 foram excluídas após o horário de expediente.

Responsabilidade dos gestores

O papel dos ex-gestores da Strans, como Bruno Pessoa, ex-superintendente, e Daniel Araújo, ex-gerente de Gestão de Trânsito, foi crucial para o funcionamento desse esquema. A investigação sugere que eles eram responsáveis por decidir quais multas de pessoas próximas a eles poderiam ser removidas do sistema. Os funcionários terceirizados, por sua vez, tinham acesso ao sistema e executavam esses cancelamentos.

O delegado Ferdinando Martins destacou que havia um esquema de apadrinhamento, onde multas de pessoas ligadas a autoridades e representantes políticos eram excluídas. “Eles seguiam ordens dos chefes do setor e do então superintendente e excluíam multas de pessoas próximas, apadrinhadas pelos gestores ou por algumas autoridades”, afirmou Martins.

Consequências e punições

Os impactos financeiros desse esquema são alarmantes. As autoridades estimam que o prejuízo aos cofres públicos municipais ultrapassa R$ 500 mil. Além disso, os investigados podem enfrentar penas severas, incluindo a exclusão indevida de dados em sistema público, que pode resultar em até 12 anos de prisão, além de associação criminosa e outros crimes ligados à corrupção.

Operação Reset e outros envolvidos

A Operação Reset, deflagrada pelo Deccor, não se restringiu apenas a Lucas. A polícia realizou buscas e apreensões nas residências dos ex-gestores Bruno Pessoa e Daniel Araújo. Bruno, atualmente, está sob monitoramento por tornozeleira eletrônica, e ambos estão sendo investigados em relação ao papel que desempenharam nesse esquema ilícito.

A situação atual deixa claro que a corrupção dentro das instituições públicas não pode ser tolerada. A sociedade espera transparência e responsabilidade dos gestores do setor público, e casos como esse evidenciam a necessidade contínua de supervisão e controle sobre os atos administrativos.

A justiça agora terá o desafio de lidar com as implicações desse caso, garantindo que os responsáveis sejam penalizados de forma justa e que medidas sejam implementadas para evitar novos casos de corrupção em órgãos públicos.

Este caso é um lembrete da importância da ética na gestão pública e da responsabilidade que os servidores têm em promover a justiça e a moralidade na condução dos interesses da população.

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