Brasil, 29 de julho de 2025
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Gestores do Rio e RS pedem reformas fiscais claras ao governo Lula

Prefeito Eduardo Paes e governador Eduardo Leite criticam ineficiência do Estado e defendem reforma do imposto de renda em debate.

Na última segunda-feira, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, se reuniram para discutir questões fiscais cruciais para o Brasil. Durante a conversa, ambos cobraram do governo Lula uma posição mais clara sobre as reformas fiscais e a necessidade de aumentar a eficiência do Estado. Um ponto em comum entre eles foi a urgência em aprovar a reforma do imposto de renda, recentemente apresentada pela administração federal.

Reforma do imposto de renda e eficiência fiscal

Paes destacou a natureza regressiva da tributação no Brasil, onde, segundo ele, os mais pobres acabam pagando proporcionalmente mais impostos. “Esse debate não pode ser impedido. Até o ministro Paulo Guedes, no governo Bolsonaro, tentou apresentar uma proposta, mas só de ter falado nisso o mercado já foi à loucura”, afirmou. O prefeito ainda reforçou que o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já mencionou a importância de cortar gastos e melhorar a eficiência do Estado.

Atualmente, o projeto de Haddad, que ainda tramita na Câmara dos Deputados, sugere que aqueles que ganham até R$ 5.000 devem ser isentos de imposto de renda, enquanto os que recebem acima de R$ 50.000 teriam que pagar uma alíquota para equilibrar o pacote fiscal. Essa proposta é vista como uma tentativa de promover maior justiça tributária, mas os gestores concordam que o corte de gastos também é essencial.

Críticas ao governo e corte de despesas

O governador Eduardo Leite foi mais enfático em suas críticas ao governo federal, especialmente no que diz respeito à falta de cortes de despesas. “Quando o arcabouço fiscal foi anunciado para substituir o teto de gastos, era consenso entre analistas que estava se apostando demais no aumento de receitas sem cortar despesas. O resultado está aí”, declarou. Leite observou que a percepção pública é de que existe um grande desejo de arrecadar e pouco apetite para reduzir gastos, comparando a situação com sua experiência no Rio Grande do Sul, onde o ajuste fiscal permitiu melhorias nos serviços.

Desafios previdenciários e reforma necessária

Os líderes também ressaltaram a importância de uma nova reforma previdenciária, dado o peso financeiro que o sistema impõe ao Estado brasileiro e o envelhecimento da população. Essa mudança, acreditam, é urgente e necessária para sustentabilidade fiscal a longo prazo.

Exploração da Margem Equatorial e segurança pública

Outro consenso entre Paes e Leite foi a importância da exploração da Margem Equatorial pela Petrobras, apesar das preocupações ambientais. Ambos apoiam a posição do governo Lula de que a exploração é crucial para o desenvolvimento econômico. Contudo, no que diz respeito à segurança pública, Paes expressou discordância em relação à abordagem do PT. Ele destacou que esse tema será prioridade em sua agenda caso decida concorrer ao governo do Rio no próximo ano.

Críticas ao bolsonarismo e tarifas impostas pelo governo dos EUA

Os dois gestores também criticaram a atuação do governo brasileiro na imposição de tarifas aos produtos brasileiros nos Estados Unidos e a pauta da anistia. Durante o debate, enfatizaram a necessidade de uma política mais coesa e proativa em questões internacionais que impactam diretamente a economia nacional.

O encontro entre Paes e Leite inaugurou a série Diálogos do GLOBO, que visa estimular o debate de ideias entre diferentes líderes políticos. Na próxima quinta-feira, os governadores de Minas Gerais e do Piauí estarão em debate, seguidos pelo governador de Goiás e o prefeito de Recife na sexta-feira.

Como a colunista Vera Magalhães frisou, a ideia desses encontros é fomentar um debate plural e que vá além da polarização political, buscando consensos em temas cruciais como educação, sustentabilidade, responsabilidade fiscal, inovação tecnológica e futuro do trabalho.

Esses diálogos podem ser vistos como uma tentativa de criar um ambiente mais colaborativo na política brasileira, especialmente em um período em que o país enfrenta desafios econômicos e sociais significativos. A busca por consenso e estratégias viáveis é, sem dúvida, mais necessária do que nunca.

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