Brasil, 28 de julho de 2025
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Pausas na luta promovem ajuda humanitária limitada em Gaza

A Israel realiza interrupções na luta, permitindo a entrada de ajuda humanitária em Gaza, enquanto a crise humanitária se agrava.

No último domingo, o exército israelense deu início a pausas limitadas nas operações de combate em três áreas populosas da Faixa de Gaza. As interrupções, que acontecem das 10h às 20h, fazem parte de um esforço para aumentar a ajuda humanitária em meio à crescente preocupação com a fome e críticas à condução de Israel na guerra com o Hamas, que já dura 21 meses.

Pausas táticas e reações internacionais

O governo israelense anunciou que a pausa tática incluirá a cidade de Gaza, Deir al-Balah e Muwasi, regiões densamente povoadas, facilitando a entrada de ajuda humanitária. O chefe humanitário da ONU, Tom Fletcher, elogiou essa decisão, afirmando que uma ampliação do auxílio é necessária e que as restrições de movimentação parecem ter sido amenizadas. No entanto, ele enfatizou que as ações precisam ser sustentáveis e em larga escala.

“Qualquer rota que escolhermos, devemos continuar permitindo a entrada de suprimentos humanitários mínimos”, afirmou o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. As imagens de crianças desnutridas intensificaram as críticas a Israel, até mesmo de aliados, que clamam pelo fim dos conflitos. A restrição de ajuda à população de Gaza, que soma mais de 2 milhões de habitantes, visa impedir que o Hamas utilize os recursos para fortalecer seu domínio, segundo a alegação israelense, sem comprovação.

Condições alarmantes e desafios na ajuda humanitária

Apesar das pausas, os combates continuaram em outras áreas. De acordo com autoridades de saúde em Gaza, ataques israelenses resultaram na morte de pelo menos 41 palestinos entre o sábado e o domingo, incluindo 26 pessoas que buscavam assistência. A ajuda humanitária chegou lentamente aos necessitados, e muitos relataram que não viam aeronaves ou caminhões com suprimentos, mesmo nos locais designados para distribuição de alimentos.

“Vim buscar farinha para meus filhos, que não a provaram há mais de uma semana, e consegui um quilo de arroz com dificuldade”, disse Sabreen Hassona, uma das participantes da fila em busca de alimentos. Outros, no entanto, expressaram preocupação em sair à rua, temendo que caixas de ajuda caíssem sobre eles.

Chronologia da crise e efeitos colaterais

As condições em Gaza têm sido descritas como semelhantes a uma situação de fome absoluta, com o Programa Mundial de Alimentos (PMA) garantindo ter suprimentos para alimentar toda a população de Gaza por quase três meses. Entretanto, o número de caminhões medido ainda é muito aquém do necessário para atender a demanda, com apenas 69 caminhões chegando diariamente, em comparação aos 500 a 600 que a ONU considera essenciais.

O número de mortes relacionadas à desnutrição, especialmente entre crianças, tem crescido alarmantemente. Em julho, a Organização Mundial da Saúde relatou 63 mortes associadas à desnutrição em Gaza, das quais 24 pertenciam a crianças com menos de cinco anos. O diretor do Ministério da Saúde em Gaza, Dr. Muneer al-Boursh, fez um apelo urgente por suprimentos médicos.

O dilema humanitário e os desafios das negociações de cessar-fogo

Apesar das tentativas de facilitar a ajuda, os bombardeios não cessam, e a ONU alertou para os efeitos catastróficos da situação em massa. Os esforços de cessar-fogo estão em dúvida, com Israel e os Estados Unidos retirando suas equipes de negociações do Catar. O objetivo de Israel é terminar a guerra somente se o Hamas se render e se desarmar, uma condição que o grupo rejeitou. Enquanto isso, o Hamas denuncia que a mudança na abordagem do governo israelense em relação à crise humanitária visa apenas melhorar sua imagem internacional ao invés de salvar vidas.

As tensões continuarão a escalar até que uma solução pacífica possa ser alcançada, e até lá, a população de Gaza permanece em um estado de grave vulnerabilidade e necessidade constante.

O mundo observa, ansioso por uma resolução para um conflito que parece não ter fim à vista, enquanto a vida de milhões está em jogo.

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