Uma comitiva de senadores brasileiros desembarcou neste sábado em Washington (EUA) com o objetivo de negociar uma possível redução nas tarifas impostas pelo presidente Donald Trump a produtos importados do Brasil. A missão ocorre entre os dias 28 e 30 de julho e busca fortalecer as relações comerciais e diplomáticas entre os dois países.
Reuniões estratégicas para tentar reverter o tarifaço de Trump
Os senadores irão se reunir com representantes do setor empresarial norte-americano na segunda-feira e com parlamentares tanto do Partido Republicano quanto do Democrata na terça-feira. As reuniões, cuja lista de convidados ainda não foi oficialmente divulgada, visam analisar medidas para aliviar os impactos do tarifão, que tem afetado setores como o agrícola e logístico.
Estratégia de sigilo e diálogo
Para evitar ataques de bolsonaristas e possíveis conflitos políticos internos, o grupo decidiu não divulgar antecipadamente as autoridades com quem irão se reunir. Segundo o líder da missão, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), essas ações são uma “forma de estender a mão para o diálogo” e “restabelecer pontes” com Washington.
“O Senado brasileiro, por meio desta missão, busca oportunizar o reconhecimento por parte do Congresso dos Estados Unidos de que há espaço para o entendimento e para a superação das tensões atuais”, afirmou Trad. Ele destacou que o objetivo é promover soluções que protejam empregos, cadeias produtivas e a história de cooperação entre os dois países.
Contexto e críticas à iniciativa
O conflito diplomático foi intensificado após uma carta enviada por Donald Trump ao presidente Lula, na qual o ex-presidente norte-americano ameaçou aplicar uma tarifa de 50% às mercadorias brasileiras, ligando essa decisão à condução do Supremo Tribunal Federal (STF) na investigação contra Bolsonaro por atos golpistas.
O episódio gerou reações diversas. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou a missão, afirmando que ela representava um “gesto de desrespeito à clareza da carta de Trump”. Além disso, comentou que, na sua visão, a única solução definitiva seria uma anistia ampla para os envolvidos nos atos golpistas, o que poderia beneficiar o seu pai, Jair Bolsonaro.
Repercussões e apoio às negociações
Alguns especialistas avaliam a iniciativa como uma oportunidade de recuperar a confiança e evitar prejuízos ao comércio bilateral. Entre os argumentos apresentados pelos parlamentares brasileiros estão o fato de o Brasil ser o terceiro maior parceiro comercial dos EUA, atrás de Austrália e Reino Unido, além de possuir o maior superávit comercial entre os países em desenvolvimento.
Antes da viagem, os parlamentares auxiliaram na realização de reuniões com empresários brasileiros e representantes da Câmara de Comércio Americana no Brasil (Amcham), reforçando o compromisso de manter uma relação aberta e favorável às trocas comerciais.
Relevo da missão e próximos passos
A missão é vista como uma tentativa de diálogo estratégico para evitar que as tarifas agravem as dificuldades de exportação brasileiras, além de promover uma relação mais harmoniosa entre os dois países diante das tensões atuais. Espera-se que os encontros possam abrir espaço para futuras negociações e reafirmar o compromisso do Brasil em manter uma postura cooperativa no cenário internacional.
Para saber mais detalhes sobre as prioridades do pacote de socorro para exportadores prejudicados pelo tarifaço, acesse aqui.
