Neste domingo (27), um grupo armado ligado ao Estado Islâmico atacou uma igreja católica na cidade de Komanda, no norte da República Democrática do Congo, matando pelo menos 31 fiéis durante uma vigília religiosa. O incidente ocorreu na província de Ituri, uma região marcada por conflitos por controle de recursos minerais.
Ataque ao culto na República Democrática do Congo
De acordo com informações da BBC, membros das Forças Democráticas Aliadas (ADF) invadiram a igreja durante a oração, disparando contra os presentes, que estavam participando de uma vigília. Após o ataque, os extremistas roubaram pertences e incendiaram estabelecimentos comerciais nas proximidades.
Dieudonne Duranthabo, coordenador da sociedade civil em Komanda, afirmou à Associated Press que “mais de 21 pessoas foram baleadas, tanto dentro quanto fora da igreja, e há registros de três corpos queimados, além de várias casas destruídas. Ainda estamos em buscas”.
Vítimas e contexto local
O padre local Aime Lokana Dhego relatou à AFP que pelo menos 31 membros da Cruzada Eucarística morreram no ataque, além de seis feridos graves. Algumas jovens também foram sequestradas pelos assaltantes; ainda não há informações sobre o paradeiro delas.
O serviço de notícias Radio Okapi, por sua vez, elevou a estimativa de mortos para 43 pessoas. A região de Ituri é território disputado por diferentes grupos armados que controlam parte da área, marcada por conflitos contínuos.
Reação internacional e condenação
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, condenou veementemente o massacre pelo Twitter, dizendo: “Rejeito categoricamente o ataque a uma igreja em Komanda, onde um grupo terrorista ligado ao ISIS matou mais de 40 civis”.
Ele destacou ainda que “locais de culto devem ser preservados e a liberdade religiosa protegida. A Itália expressa solidariedade às famílias das vítimas e ao povo congolês”.
Quem é o ADF?
Fundado na Uganda na década de 1990, o grupo Forças Democráticas Aliadas (ADF) foi inicialmente acusado de perseguir muçulmanos, mas atualmente está instalado na República Democrática do Congo, onde comete ataques contra civis de diferentes religiões, como reportado pela BBC. Segundo o Vatican News, a organização é “responsável por milhares de mortes”.
Jamil Mukulu, um ex-cristão convertido ao Islam, fundou o ADF, que, em fevereiro de 2024, realizou uma ação na região de Irumu, matando pelo menos oito pessoas, incluindo vários durante orações, além de fazer dezenas de reféns, conforme informações do Vaticano. Recentemente, a entidade atacou novamente a região, demonstrando seu padrão de violência contínua.
Esta história foi inicialmente publicada pela ACI Prensa, parceira de notícias do CNA em espanhol. A versão foi adaptada e traduzida pelo CNA.