Novos documentos desmembrados pela polícia de Moscow, Idaho, oferecem uma visão assustadora sobre o brutal assassinato de quatro estudantes da Universidade de Idaho em novembro de 2022, além de revelações sobre Bryan Kohberger, o suspeito capturado. Apesar de condená-lo à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional, as evidências levantam questões ainda sem resposta na investigação.
Detalhes da violência e o modus operandi do suspeito
Os documentos mostram que as vítimas foram alvo de ataques extremamentes violentos, com duas delas, Goncalves e Kernodle, sofrendo dezenas de perfurações, indicando resistência e luta. Goncalves teve mais de 20 ferimentos, enquanto Kernodle foi esfaqueada mais de 50 vezes, muitos deles em defesa, revelando a ferocidade do ataque.
O percurso na noite do crime
Relatos indicam que um entregador do DoorDash passou perto da casa pouco antes do crime, por volta das 4 horas da manhã, sem perceber Kohberger, que estava no local. Uma testemunha descreveu ver uma mulher espiando a janela do banheiro superior, enquanto Kohberger foi flagrado entrando no estacionamento atrás do entregador, com uma Hyundai branca, embora o veículo dele não tenha chamado atenção na ocasião.
Sinalizações e movimentos das testemunhas
Após ouvir choros, a sobrevivente Dylan Mortensen abriu a porta e viu um homem de máscara. Sua descrição ajudou na identificação do suspeito, mas ela e a colega Bethany Funke só acionaram a polícia na manhã seguinte, após ficarem preocupadas com o desaparecimento dos colegas. Ambas estavam alcoolizadas e assustadas, pensaram inicialmente que fosse uma brincadeira de irmãos de fraternidade.
Investigação tecnológica e pistas concretas
Polícia realizou uma extensa investigação digital, solicitando dados do Google, T-Mobile e redes sociais como Tinder, Reddit e Snapchat, buscando rastros do suspeito ou possíveis conexões com as vítimas. Termos relacionados ao crime, buscas por sangue e armas foram alguns dos indicados nas requisições, além de dispositivos na área próxima à residência.
O que Kohberger revelou às autoridades
Ao ser interrogado, Kohberger alegou ter tomado conhecimento do crime através de um alerta no celular. O estudante de doutorado em criminologia afirmou estar envolvido em projetos com departamentos policiais de Washington, não tendo, contudo, qualquer vínculo comprovado ou motivação clara para o ataque.
Suspeitas sobre o comportamento do suspeito
Testemunhas o descrevem como inteligente, muitas vezes egoísta e obsessivo, com problemas de relacionamento com mulheres, além de comportamentos compulsivos, como lavar as mãos inúmeras vezes ao dia. Detalhes de ferimentos em Kohberger e relatos de sua vida pessoal sugerem uma pessoa com dificuldades emocionais e obsessões.
Incoerências e perguntas ainda sem resposta
Apesar das pistas, os investigadores ainda não descobriram por que Kohberger escolheu especificamente aquela casa, nem há conexão social ou online clara entre o suspeito e as vítimas. Ainda se questiona por que ele teria poupado os sobreviventes e por que não foi detectado anteriormente nas ruas ou redes sociais.
Questionamentos que permanecem
Mesmo após a condenação, um aspecto crucial permanece sem resposta: qual foi exatamente o motivo que levou Kohberger a cometer o crime? A polícia admite o desconhecimento sobre as razões do ataque e destaca que o suspeito tinha um motivo desconhecido para escolher aquela residência.
Segundo o chefe de polícia de Moscow, James Fry, só Kohberger pode responder por que agiu daquela forma: “Só ele tem essa resposta”.
Estas revelações e dúvidas sinalizam que a investigação permanece incompleta, enquanto a sociedade questiona a motivação por trás de uma tragédia que abalou a comunidade universitária e o país.