Na próxima quinta-feira (31), o IBGE divulgará os novos dados da taxa de desocupação do trimestre encerrado em junho, com uma novidade: a reponderação da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que incorporará informações do Censo 2022. Essa mudança pode alterar os números apresentados anteriormente, refletindo uma atualização importante na análise do mercado de trabalho brasileiro.
Reponderação da pesquisa e impacto nos dados
Segundo o IBGE, a reponderação considera os totais populacionais projetados em 2024, baseados nos resultados do Censo realizado em 2022. “A série histórica dos indicadores será atualizada, o que pode levar a ajustes nas taxas de desemprego divulgadas anteriormente”, informou o instituto. Essa prática, comum após os censos demográficos, atualiza os parâmetros populacionais das pesquisas domiciliares por amostra.
Por exemplo, se o Censo revela que há mais mulheres na população do que homens, essa proporção será refletida na amostra da Pnad, alterando a base de análise. A última reformulação semelhante ocorreu após o Censo de 2010.
Com o novo Censo, o IBGE estima que a população brasileira em 2024 seja de 212,6 milhões, enquanto a estimativa anterior da Pnad apontava mais de 216 milhões. Assim, a atualização se faz necessária para garantir maior precisão na compreensão do cenário demográfico e laboral.
Mercado de trabalho e mudanças na divulgação
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios realiza entrevistas em cerca de 211 mil domicílios em 3,5 mil municípios a cada trimestre. Ela é considerada a principal fonte de informações sobre o mercado de trabalho no Brasil. Pelo critério do IBGE, só é considerada desocupada a pessoa que procura ativo por emprego.
O levantamento reúne dados de indivíduos com 14 anos ou mais de idade, abrangendo diversas formas de ocupação, como trabalho formal, temporário ou por conta própria. Diferentemente do Caged, que registra apenas trabalhadores com carteira assinada, a Pnad oferece uma visão mais ampla da força de trabalho.
Perguntas frequentes sobre a mudança na série histórica
Por que haverá essa mudança?
O IBGE realiza a reponderação para atualizar os parâmetros populacionais das suas principais pesquisas, incluindo a Pnad Contínua, após os censos demográficos. Assim, a série histórica será ajustada em decorrência do Censo 2022, garantindo maior precisão nos indicadores.
Essa rotina de atualização é comum?
Sim, o procedimento ocorre após os censos decenais e também em situações especiais, como no caso da pandemia de Covid-19, quando o IBGE precisou utilizar coleta telefônica, exigindo reponderação.
Outros países também adotam essa prática?
Sim, diversas nações atualizam suas pesquisas amostrais após os censos demográficos, buscando manter a consistência e fidelidade dos dados ao longo do tempo.
As mudanças na série histórica serão significativas?
De acordo com o IBGE, as alterações nos indicadores costumam ser pequenas, apenas ajustes nas casas decimais, sem impactos relevantes nas tendências de longo prazo.
Últimos dados de desemprego e o que o Censo revelou
A taxa de desemprego mais recente, divulgada em 27 de junho, mostrou que o Brasil alcançou 6,2% no trimestre encerrado em maio, a menor para o período desde o início da série histórica em 2012. Leia mais.
O Censo 2022, por sua vez, indicou uma população de cerca de 203 milhões de habitantes, com predominância de mulheres (51,5%), e maior concentração em áreas urbanas (87,4%). Além disso, revelou uma composição racial de 45,3% de pardos e 43,5% de brancos, refletindo o perfil diversificado do país.