Brasil, 27 de julho de 2025
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Trump e von der Leyen negociam acordo comercial na Escócia

Líderes dos EUA e da UE tentam fechar um acordo antes da imposição de tarifas de 30% na sexta-feira

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reunirá-se com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, neste domingo, na Escócia, em uma tentativa de evitar tarifas de 30% sobre as exportações do bloco que entram em vigor na sexta-feira. A reunião ocorre no resort de Turnberry, após meses de negociações intensas e diplomacia intermitente, cujo sucesso depende principalmente da decisão de Trump.

Negociações críticas para evitar tarifas e definir termos do comércio

Os embaixadores da UE, presentes na Groenlândia neste fim de semana, devem ser informados antes do encontro. autoridades do bloco afirmaram que o desfecho da questão depende, em última instância, do posicionamento do presidente americano, cuja recente negociação com o Japão indicou mudanças improvisadas nos termos finais de acordos comerciais.

Paula Pinho, porta-voz de von der Leyen, destacou que “negociações intensas em nível técnico e político têm ocorrido de forma contínua”. Ela também ressaltou que os líderes avaliarão a possibilidade de um resultado equilibrado, promovendo estabilidade e previsibilidade para empresas e consumidores dos dois lados do Atlântico.

Perspectivas do acordo e os principais pontos de discussão

As negociações giram em torno de tarifas de 15% sobre grande parte do comércio europeu com os EUA, com isenções limitadas para setores como aviação, dispositivos médicos, medicamentos genéricos, bebidas alcoólicas destiladas e equipamentos industriais essenciais para os EUA, segundo informações da Bloomberg.

Importações de aço e alumínio podem ser enquadradas em cotas, acima das quais incidiriam tarifas mais elevadas, de 50%. Além de uma tarifa geral de 15%, Trump impôs 25% sobre carros e autopeças e o dobro dessas taxas sobre aço e alumínio. Ele ameaçou ainda aplicar tarifas de 50% sobre o cobre.

As autoridades da UE têm alertado que, caso não haja acordo, o bloco pode impor tarifas de até 30% sobre exportações americanas, incluindo aeronaves, carros e bebidas alcoólicas, totalizando cerca de US$117 bilhões. Ainda, prepara-se para ações de retaliação, além de possíveis restrições à exportação de sucata metálica.

Pontos-chave e influência de Trump

Segundo fontes próximas às negociações, os EUA e UE buscam um teto de 15% para tarifas futuras em setores sensíveis, incluindo produtos farmacêuticos, mas a posição de Trump nesse ponto será decisiva. O presidente americano declarou que há uma “chance razoavelmente boa” de acordo, embora admita impasses em cerca de 20 questões.

Trump também reforçou que tarifas sobre quase todos os parceiros comerciais dos EUA foram anunciadas em abril, com o objetivo de fortalecer a manufatura doméstica e impedir que o restante do mundo tire vantagens do país. Ele ainda ameaçou aplicar tarifas futuras sobre produtos farmacêuticos, semicondutores e declarou que tarifas de 50% sobre o cobre podem ser implementadas.

Além das tarifas, as negociações incluem cooperação em segurança econômica, compras estratégicas e possíveis remoções de tarifas sobre bens industriais e agrícolas não sensíveis. Os termos iniciais de um acordo provavelmente serão uma declaração conjunta, sujeita à aprovação dos Estados-membros europeus, iniciando um processo de negociações mais detalhadas.

A incerteza e medidas de retaliação da UE

Na hipótese de não se chegar a um acordo, a UE prepara uma resposta rápida, incluindo tarifas de até 30% sobre exportações americanas, como aeronaves da Boeing, veículos e bourbon, além de restrições à exportação de sucata metálica. O bloco também possui instrumentos de retaliação anticorrupção, que poderão ser utilizados mediante aprovação dos Estados-membros.

Embora Trump não tenha explicitamente ligado as negociações a temas de imigração, ele mencionou preocupações com fluxos migratórios na Europa, afirmando que “a imigração está matando a Europa” e pedindo que os países parem com o que chamou de “invassim horrível”.

A expectativa é que o resultado da reunião seja decisivo para o futuro das relações comerciais transatlânticas e para evitar a escalada de tarifas e retaliações entre a UE e os EUA.

Fonte: G1 – O Globo

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