A diretora da União Internacional de Telecomunicações (UIT), Doreen Bogdan-Martin, afirmou nesta terça-feira (27) que é urgente estabelecer uma abordagem global para regular a inteligência artificial (IA). Ela destaca que a fragmentação das estratégias pode aumentar riscos e desigualdades, além de dificultar o desenvolvimento responsável da tecnologia.
Chamado por uma regulamentação mundial da IA
Durante entrevista à AFP, Bogdan-Martin ressaltou que a IA tem potencial de melhorar áreas como educação, saúde e agricultura, mas alertou sobre os perigos de uma regulamentação desigual entre países. Ela afirmou que “uma abordagem global” é essencial para garantir que os benefícios sejam compartilhados e que os riscos sejam controlados.
Riscos e desigualdades na aplicação da IA
A chefe da UIT destacou a desigualdade no acesso à tecnologia, apontando que “2,6 bilhões de pessoas ainda não têm acesso à internet”, o que limita o acesso à inteligência artificial. Segundo ela, “é preciso enfrentar essas desigualdades se realmente quisermos que a IA seja uma ferramenta para toda a humanidade”.
Conflito entre diferentes estratégias internacionais
Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentar uma estratégia de baixa regulação para a IA, Bogdan-Martin declarou estar “tentando digerir” o conteúdo do plano. Ela comentou que há diferentes abordagens globais, como as da União Europeia, China e Estados Unidos, e que o diálogo entre esses modelos é fundamental.
A posição da UIT
A secretária-geral da UIT afirmou que a agência sediada em Genebra está em posição de facilitar esse debate internacional. Ela explicou que “85% dos países ainda não possuem políticas ou estratégias para IA”, o que reforça a necessidade de uma coordenação mundial.
Importância de evitar abordagens fragmentadas
Bogdan-Martin reforçou que “abordagens fragmentadas não ajudarão a atender e alcançar a todos”, e alertou que há uma corrida global para consolidar domínio na área, criando preocupações de que países e empresas possam negligenciar a ética e as precauções necessárias.
Desafios e inclusão no universo digital
A líder da UIT destacou o potencial positivo da IA, defendendo que seus benefícios devem ser democratizados. Ela lembrou que “há uma enorme lacuna de inclusão de mulheres no espaço digital”, e destacou que “um esforço coordenado é crucial para evitar que a tecnologia amplie desigualdades”.
Perspectivas futuras
Em relação ao futuro, Bogdan-Martin afirmou estar disposta a continuar no cargo, considerando “muito o que há por fazer”. Ela reforçou que a agência das Nações Unidas continuará promovendo o diálogo internacional e a criação de políticas responsáveis para o desenvolvimento da IA.
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