No último sábado (26/7), o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, fez declarações contundentes sobre a postura de alguns governadores de direita em relação ao novo tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil. Para Messias, figuras como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União-GO) e Ratinho Júnior (PSD-PR) ignoram o impacto negativo que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve nessa crise econômica.
A crise do tarifaço e as declarações de Messias
Durante um evento econômico em São Paulo, os governadores se reuniram para discutir as preocupações a respeito das tarifas de 50% lançadas pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros. Messias não poupou críticas e argumentou que os danos causados por sanções econômicas sempre foram potencializados pela administração de Bolsonaro. “Os governadores de direita apregoaram pacificação e unidade para enfrentar a ameaça, mas fingem ignorar que os sérios prejuízos foram traiçoeiramente fomentados pela família Bolsonaro”, destacou o ministro em uma postagem nas redes sociais.
Ele ainda frisou que o clã político que sempre apoiou os governadores é o mesmo que contribui para a crise atual. Com isso, Messias mostrou confiança ao afirmar que a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está engajada em proteger empregos e apoiar o agronegócio nacional, mesmo em tempos difíceis.
Impacto sobre a popularidade do governo Lula
Os governadores de direita estão sob pressão não apenas para criticarem o governo Lula, mas também para se posicionarem como alternativas viáveis para as eleições presidenciais de 2026. Tarcísio, Caiado e Ratinho estão buscando um espaço de destaque nesse cenário cada vez mais conturbado. Até o presente momento, Lula se mostrou firme em sua posição, conquistando a simpatia de muitos cidadãos que enxergam seu governo como uma resposta à crise tarifária.
A crítica ao governo Lula partiu de Ratinho Júnior, que, com o apoio de Tarcísio e Caiado, argumentou que a resposta do presidente às tarifas do Trump tem sido insuficiente. “Hoje, temos um governo que demonstra que não sabe onde quer chegar… Enquanto outros países enviam representantes para discutir, aqui fazemos vídeos na internet para brincar sobre o assunto”, disse.
O contexto do tarifaço
O tarifaço anunciado por Trump em 9 de julho estabeleceu uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros, desencadeando um debate sobre os laços comerciais entre os dois países. O presidente americano justificou sua decisão com base em “ataques insidiosos” contra a institucionalidade brasileira e criticou o julgamento de Bolsonaro, que está sob investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativas de golpe de Estado.
Além disso, a política tarifária de Trump se baseia em pressões ideológicas, ao mesmo tempo que busca renegociar acordos comerciais com diversas nações. Lula, por sua vez, já se manifestou afirmando que tomará medidas baseadas na Lei de Reciprocidade e que não aceitará interferências externas nos assuntos internos do Brasil, deixando claro que o Poder Judiciário atua de forma independente do Executivo.
Desafios nas negociações comerciais
Uma das maiores queixas do governo brasileiro é a falta de interlocutores dispostos a discutir a situação do tarifaço. As lideranças políticas à direita, incluindo Eduardo e Jair Bolsonaro, condicionam qualquer colaboração ao fim da investigação sobre o 8 de Janeiro e à anistia para os envolvidos. Isso se mostra como um entrave significativo em um momento que exige união e estratégia para minimizar os impactos das tarifas americanas.
Em um cenário que cada vez mais exige pragmatismo, a posição do governador de São Paulo e suas tentativas de culpar Lula pela crise tarifária geram intensa repercussão. A retórica utilizada pelos governadores de direita revela a tensão política que permeia o debate econômico, mas também evidencia a necessidade de um diálogo mais construtivo e estratégias eficazes para enfrentar os desafios globais impostos pela administração Trump.
À medida que a situação se desenrola, resta saber como os governadores e o governo federal poderão encontrar um terreno comum para navegar nesse mar de incertezas. O engajamento contínuo e as responsabilidades compartilhadas têm potencial para moldar o futuro econômico do Brasil.