De acordo com o Anuário Estatístico da Agricultura Familiar, publicado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o crescimento reflete melhorias no setor e nas condições de trabalho no campo. Entre janeiro e março deste ano, o salário dos trabalhadores rurais passou de R$ 2.022 para R$ 2.133.
Variações regionais no rendimento médio
O estudo revela que há uma grande desigualdade na remuneração na agropecuária brasileira, com variações significativas entre as regiões. No Norte, o incremento foi de 21%, enquanto no Nordeste alcançou 7,5%. No Sudeste, o alta foi de 1,7%, e no Sul, de 9,7%. Por outro lado, a região Centro-Oeste apresentou uma redução de 7,9% na renda média, embora mantenha o maior valor pago do país, com R$ 3.492.
O levantamento aponta que essa alta regional contribui para que o Centro-Oeste continue à frente, mesmo com o recuo recente. Nas demais regiões, os valores médios ficam abaixo de R$ 3 mil, sendo o Nordeste o mais pobre, com uma média de R$ 1.081, seguido pelo Norte com R$ 1.997.
Monitoramento e políticas públicas
Segundo Vânia Marques Pinto, presidente da Contag, o objetivo do anuário é acompanhar a evolução das remunerações no campo e orientar a atuação da entidade. “A Contag vem pautando os entes federativos para rever e qualificar políticas públicas para os povos do campo, da floresta e das águas”, destacou em nota à imprensa.
Avanço do trabalho feminino no campo
O estudo também aponta uma redução de 7,6% na taxa de desemprego feminino no setor rural em 2024, a menor desde 2015. Além do crescimento econômico, a qualificação da força de trabalho feminina acelerou o ingresso de mais mulheres no mercado de trabalho rural.
De acordo com a análise, o nível de instrução das mulheres rurais acima de 15 anos evoluiu consideravelmente entre 2012 e 2024. A porcentagem de mulheres com Ensino Superior triplicou, passando de 2% para 6%, enquanto as que concluíram o Ensino Médio aumentaram de 14% para 25%. Por outro lado, o percentual de mulheres sem instrução ou com menos de um ano de estudo caiu de 14% para 10%, assim como a parcela com Ensino Fundamental incompleto diminuiu de 50% para 38%.
O avanço na qualificação tem sido apontado como um fator essencial para a melhora na oferta de empregos femininos no campo, contribuindo não apenas para o crescimento econômico, mas também para a redução das desigualdades de gênero na atividade rural.
Para mais detalhes, consulte a notícia completa no Site da Agência Brasil.