Brasil, 27 de julho de 2025
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Pesquisadores revelam evidências de canibalismo entre nossos ancestrais

Descoberta de ossos de uma criança sugere práticas canibais entre Homo antecessor na Grécia.

Uma surpreendente descoberta arqueológica nas cavernas de Gran Dolina, no norte da Espanha, lançou luz sobre o comportamento de nossos ancestrais. Fósseis de um criança de 2 a 5 anos de idade, pertencente à espécie Homo antecessor, foram encontrados com marcas de corte precisas, indicando canibalismo — um cenário aterrador de que esta criança foi abatida e consumida há aproximadamente 850.000 anos.

A brutalidade do passado humano

A co-diretora da escavação, Palmira Saladié, descreveu essa descoberta como “particularmente impressionante”, não apenas pela jovem idade da vítima, mas também pela precisão das marcas de corte encontradas no osso do pescoço. Essas evidências revelam que a criança foi “processada como qualquer outra presa”, sugerindo que, nas cavernas de Gran Dolina, a dieta incluía membros da própria espécie.

Um padrão perturbador

O estudo dos ossos revela um padrão perturbador. Cerca de 30% dos restos humanos encontrados nas cavernas de Gran Dolina mostram evidências de canibalismo, incluindo cortes, esmagamentos e marcas de mordida — não metafóricas, mas marcas reais de dentes humanos. Ao todo, 10 esqueletos recém-descobertos na caverna pertencem à espécie Homo antecessor, que foi descoberta na década de 1990 e continua a intrigar os cientistas pela variedade de características que apresentam.

O que nos dizem os ossos?

Os cientistas notam que os marcas de corte não estão isoladas; as evidências de canibalismo são significativas. Saladié comentou que as marcas de mordida humana são indicativas de que os corpos encontrados foram realmente consumidos. Através da análise, foi possível datar os fósseis entre 850.000 e 780.000 anos, tornando-os os restos humanos mais antigos conhecidos na Europa e evidência irrefutável de canibalismo humano em qualquer parte do mundo.

Motivos por trás do canibalismo

Os pesquisadores sugerem que o canibalismo entre os Homo antecessor não era apenas uma estratégia de sobrevivência, mas também uma forma de controlar território e reduzir a rivalidade entre grupos. Saladié afirmou que o tratamento dos mortos não era excepcional, mas repetido, indicando que não se tratava de um evento isolado, mas sim de um comportamento comum e ritualizado.

A situação do pequeno ficou marcada não apenas como uma tragédia, mas como parte de um cardápio que nossos ancestrais podiam ter considerado normal em seu contexto. Embora este destino seja profundamente perturbador, ele serve como um lembrete de que a história da humanidade não começou com pinturas rupestres ou o domínio do fogo, mas com a luta pela sobrevivência que frequentemente envolveu a carne uns dos outros.

Reflexões sobre nossa história

A descoberta serve como um símbolo de que nosso passado é muito mais complexo e sombrio do que habitualmente imaginamos. A relação entre os primeiros hominídeos e suas práticas de subsistência nos desafia a repensar a natureza humana e as interações sociais de nossos antepassados. Enquanto as descobertas arqueológicas continuam a revelar verdades inegáveis sobre a vida e a morte, nos resta ponderar sobre o que essas práticas significavam em termos de construção de identidade, cultura e sobrevivência.

O destino dessa criança nos lembra que por trás da evolução e do desenvolvimento da civilização, houve momentos sombrios que moldaram a trajetória humana. E, à medida que nos esforçamos para entender nossas origens, é crucial reconhecer considerações éticas a respeito de como nossos ancestrais viviam e enfrentavam suas realidades.

Assim, essa pesquisa não é apenas sobre o que aconteceu em um passado distante, mas também sobre como esses eventos moldaram o ser humano que conhecemos hoje.

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