Na cidade de Lourdes, na França, foi oficialmente reconhecido nesta quarta-feira (25) o 72º milagre atribuído à intercessão da Virgem Maria, envolvendo a italiana Antonia Raco, de 67 anos. A mulher, diagnosticada com esclerose lateral amiotrófica (ELA) em 2006, apresentou uma recuperação considerada inexplicável pelos médicos, após uma visita ao santuário em 2009.
Milagre de Lourdes: cura inexplicável de doença incurável
Raco, moradora da Basilicata, no sul da Itália, foi diagnosticada com ELA, uma doença progressiva e sem cura conhecida. Em 2009, ela viajou a Lourdes com o desejo de buscar esperança. “Sempre quis ir a Lourdes desde criança. Meu desejo se realizou naquele verão, com meu esposo Antonio”, contou durante coletiva de imprensa em Lourdes.
Ao chegar na cidade, ela já usava uma cadeira de rodas, lutando para respirar e engolir. Durante a visita, a italiana relatou que ouviu uma voz jovem que lhe dizia três vezes: “Não tenha medo”. “Na hora, comecei a chorar e rezei pelas intenções que tinha trazido”, descreveu.
O momento do milagre e a recuperação inesperada
Após imergir nas águas sagradas, Raco sentiu uma dor aguda nas pernas, como se elas tivessem sido retiradas. Ela não revelou a ninguém o que aconteceu em Lourdes e voltou para casa na cadeira de rodas. Contudo, mais tarde, em sua residência, ao lado do marido, ela ouviu novamente a voz dizendo: “Conte! Ligue para ele!”, referindo-se ao marido.
Obedecendo, ela chamou Antonio e, naquele momento, conseguiu ficar de pé sem ajuda, pela primeira vez em anos. Comovidos, ambos se abraçaram emocionados, percebendo a cura. A recuperação, totalmente inesperada, passou a ser investigada por especialistas e autoridades eclesiásticas.
Investigações e reconhecimento oficial do milagre
Durante 16 anos, o caso passou por análises médicas, canônicas e pastorais, culminando com a confirmação definitiva em novembro de 2024, por votação do Comitê Médico Internacional de Lourdes. Os peritos concordaram que a cura foi súbita, completa e inexplicável para a ciência, critérios essenciais para o reconhecimento de um milagre.
O bispo da diocese de origem de Antonia, Vincenzo Carmine Orofino, reconheceu oficialmente o milagre em 16 de abril deste ano, após avaliação detalhada. “O Senhor entrou na sua casa e deu-lhe um presente que é para todos nós”, afirmou o arcebispo Francesco Nolè, acompanhando o processo.
Implicações e impacto na fé
O testemunho de Raco reforça a fé dos fiéis e evidencia o papel da intercessão mariana. “Um milagre é um sinal — um presente a ser recebido à luz da fé”, destacou o bispo Jean-Marc Micas, de Tarbes e Lourdes, durante a coletiva. O padre Michel Daubanes, reitor do santuário, destacou: “Se eu acreditar, posso ver milagres. Este é um testemunho vivo de esperança.”
De acordo com a análise dos especialistas, a cura de Antonia Raco foi avaliada segundo critérios tradicionais da Igreja, que só reconhece milagres que estejam livres de explicações médicas, sejam duradouros, completos e súbitos. A investigação reforça a fé de milhões de peregrinos e a credibilidade do santuário de Lourdes como um local de manifestações divinas.
Para mais detalhes, acesse a reportagem completa no site da CNA.
