Brasil, 27 de julho de 2025
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Turbulência na logística brasileira antes do tarifaço dos EUA

Exportadores aceleram envios pelo aéreo e reduzem cargas nos portos,Enquanto o porto de Guarulhos fica congestionado

Com uma semana para a entrada em vigor da sobretaxa de 50% dos Estados Unidos sobre as mercadorias brasileiras, a logística de cargas entre os dois países vive momentos de tumulto. Exportadores que podem optar pelo transporte aéreo estão acelerando embarques para chegar aos EUA antes de 1º de agosto, enquanto aqueles que dependem do modal marítimo enfrentam desaceleração e terminais sobrecarregados.

Impactos na cadeia de transporte devido ao tarifaço dos EUA

De acordo com Luigi Rosolen, diretor da operadora logística West Cargo, o terminal de cargas do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, está congestionado devido à corrida por embarques aéreos. “Os exportadores estão antecipando envios para fugir do tarifaço. Pelo modal aéreo, ainda há tempo de chegar antes do prazo, mas as vagas estão sendo ocupadas rapidamente”, afirmou Rosolen.

Nos últimos dias, a procura por cargas de exportação para os EUA aumentou drasticamente. Segundo a concessionária GRU Airport, 20% das exportações processadas no terminal de Guarulhos destinam-se ao mercado americano. Para evitar o acúmulo de cargas, a companhia orienta os clientes a confirmarem previamente a reserva de voo.

Congestionamento e alternativas de exportação

Devido ao excesso de cargas aéreias, alguns exportadores têm enviado suas mercadorias via portos alternativos, como o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, e o Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Rosolen destacou que, enquanto alguns embarques continuam, outros foram suspensos por dificuldades logísticas.

A expectativa é que, nos próximos dias, a demanda por envios aéreos ultrapasse a capacidade das aeronaves disponíveis, levando alguns operadores a buscar aeroportos com menor demanda para evitar atrasos.

Aumento na demanda por exportações para os EUA e suspensão de cargas por mar

Segundo a concessionária Fraport Brasil, no terminal de Porto Alegre, houve aumento de 58% na demanda por exportações para os EUA nas últimas duas semanas. Além disso, uma carga de 48 mil toneladas de equipamentos agrícolas partiu do Aeroporto de Viracopos, em Campinas, com destino ao mercado americano, tendo saído do Porto de Santos devido à impossibilidade de embarque marítimo antes do dia 1º de agosto.

Por outro lado, o transporte marítimo enfrenta uma suspensão de embarques, já que a chegada dos navios aos portos americanos fica inviável antes do prazo. Segundo Dagnor Schneider, presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga de Santa Catarina, cargas que estavam em andamento continuam, mas muitas ficaram retidas nos terminais portuários. “As empresas estão recuando nas exportações, tentando proteger suas cargas e evitar prejuízos maiores”, explicou.

Cenário de risco e reação do setor

O impacto do tarifaço também é sentido na indústria, com exportadores de ferro-gusa, rochas naturais, e produtos agrícolas suspensos ou adiando embarques. Fausto Varela, presidente do Sindicato da Indústria do Ferro em Minas Gerais, destacou que as exportações de ferro-gusa, setor que movimentou US$ 1,2 bilhão em 2024, estão em risco de queda.

Segundo análises, o setor de rochas naturais também foi afetado, com cerca de US$ 40 milhões em cargas que deixaram de ser embarcadas. Machado, presidente da Centrorochas, mostrou esperança de que a suspensão seja temporária e que o governo americano possa prorrogar a entrada em vigor da sobretaxa, para evitar prejuízos irreparáveis ao comércio bilateral.

Perspectivas futuras e recomendações

Especialistas alertam que a demanda por transporte aéreo deve continuar elevada até o prazo limite do tarifaço, com possibilidades de sobrecarga no sistema de logística. Em resposta, empresas e operadores têm buscado alternativas, incluindo o uso de outros aeroportos e regiões menos demandadas.

Para manter o fluxo de exportações, a recomendação do setor é que os embarques sejam planejados com antecedência, confirmando reservas e explorando rotas alternativas. O cenário atual ressaltará a importância de estratégias logísticas flexíveis diante de mudanças abruptas na política tarifária dos EUA.

Para mais detalhes, acesse a matéria completa.

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