Brasil, 27 de julho de 2025
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Escobar Phone: o golpe milionário que virou caso nos EUA

O sueco Olof Gustafsson confessou culpa em esquema de fraudes envolvendo smartphones falsos e lavagem de dinheiro nos EUA

A saga do Escobar Phone, um dos golpes mais ousados e sofisticados do mercado de tecnologia, chegou ao fim nesta semana com a confissão de culpa de seu idealizador, Olof Kyros Gustafsson, 32 anos. Ele admitiu perante o tribunal na Califórnia sua participação em seis crimes federais, incluindo fraude eletrônica, fraude postal e lavagem internacional de dinheiro.

O esquema do Escobar Phone e o impacto internacional

Gustafsson, ex-CEO da Escobar Inc., empresa registrada em Porto Rico que alegava deter os direitos sobre a imagem do narcotraficante colombiano Pablo Escobar, usou o nome do “chefão do cartel de Medellín” para promover produtos falsificados, como smartphones dobráveis e criptomoedas físicas, entre 2019 e 2023. Segundo o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ), ele criou uma estrutura altamente elaborada de fraudes online, vendendo aparelhos reais de marcas famosas por preços muito abaixo do mercado, sem entregá-los após a compra.

O caso ganhou notoriedade após investigações revelarem que Gustafsson usava contas bancárias em diferentes países — incluindo Suécia e Emirados Árabes Unidos — para movimentar valores ilícitos, que totalizaram ao menos US$ 1,3 milhão, valor que pode aumentar até o julgamento final.

Fraudes, influenciadores e estratégias de engano

Para dar credibilidade às operações, Gustafsson enviava amostras de produtos para influenciadores, especialmente youtubers de tecnologia, como Marques Brownlee (“MKBHD”). Em um vídeo de 2019, Brownlee relatou que comprou o Escobar Fold 1, mas nunca recebeu o aparelho, e no caso do Escobar Fold 2, ao retirar a camada dourada, descobriu tratar-se de um Samsung Galaxy Fold disfarçado com adesivos.

“O réu enviava aparelhos Galaxy Fold embrulhados em papel dourado e disfarçados como se fossem da Escobar Inc., incentivando vítimas a pagar por produtos que nunca foram entregues”, declarou o DOJ. Esses dispositivos falsificados eram usados para criar a impressão de legitimidade e evitar reembolsos, já que os comprovantes de envio muitas vezes eram apenas certificados simplificados.

Rastro internacional e lavagem de dinheiro

As investigações indicaram que Gustafsson utilizava contas bancárias no exterior para esconder os lucros ilícitos. Estima-se que ele tenha lavado pelo menos US$ 307 mil, movimentação que começou a ser desvendada em 2020, após exposições feitas por Brownlee e ações do FBI.

O esquema começou a ruir com a prisão de Gustafsson em dezembro de 2023, realizada por polícias espanholas em cooperação com agentes americanos, e sua consequente extradição para os EUA em março de 2025. Nesta semana, ele declarou-se culpado de vários crimes e aceitou pagar restituições de até US$ 1,3 milhão às vítimas, além de perder bens confiscados, incluindo valores na Suécia.

De acordo com o DOJ, o prejuízo causado ultrapassa os US$ 1,3 milhão, envolvendo transferências para contas de familiares e terceiros, buscando disfarçar a origem dos recursos ilícitos.

Perspectivas e consequências do caso

O advogado de Gustafsson afirmou que seu cliente pode ser condenado a até 100 anos de prisão, considerando a gravidade dos crimes. O caso reforça a vigilância contra fraudes virtuais e a importância de verificar a autenticidade de produtos tecnológicos adquiridos online.

Para mais detalhes sobre a operação e o desfecho do golpe, acesse a matéria completa no Globo.

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