Brasil, 27 de julho de 2025
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Invasões em terrenos da Igreja Católica em Nampula preocupam comunidade

A Paróquia de Marrere, em Moçambique, sofre com invasões em terrenos, gerando apelo por diálogo e justiça.

A Paróquia São João Baptista de Marrere, situada na cidade de Nampula, no norte de Moçambique, enfrenta uma situação alarmante com repetidas invasões em seus terrenos. Essa é a terceira instituição da Igreja Católica a sofrer ocupações ilegais na região, despertando preocupação entre a comunidade religiosa e reafirmando a necessidade de preservar a integridade dos espaços religiosos.

Preocupações da Igreja Católica

Na última invasão, moradores da área invadiram e demarcaram espaços pertencentes à paróquia, argumentando a necessidade de habitação e a falta de terrenos urbanos disponíveis. O vice-pároco, Padre Jeremias, expressou sua surpresa diante da agressão aos bens da Igreja, que além de ferir a propriedade, compromete a convivência pacífica sempre promovida pela instituição. “As pessoas invadiram totalmente o espaço, danificaram culturas e recusam-se ao diálogo. Esta atitude não só viola a propriedade da Igreja como também compromete a convivência pacífica que sempre promovemos”, disse o sacerdote.

Padrão de ocupações ilegais

É importante ressaltar que esse fenômeno não é isolado. Antes da Paróquia de Marrere, outras duas instituições católicas, o Mosteiro Mater Dei e o Seminário Propedêutico, já enfrentaram situações semelhantes. Embora a Igreja tenha permitido temporariamente o uso de seus terrenos para fins agrícolas, sempre houve um entendimento claro e um compromisso anual formalizado. Agora, contudo, a realidade é de apropriações indevidas, desconsiderando qualquer acordo e entendimento.

Possíveis motivações políticas

O contexto político da região também é um fator preocupante. O Padre José Luzia, que reside na localidade afetada, levantou questionamentos sobre a motivação política por trás das invasões. “Há sinais de uma mão invisível a orquestrar estas ações, talvez ligada a setores conservadores do partido no poder”, afirma. Ele sugere que a arquidiocese de Nampula, por sua postura crítica, possa estar sendo alvo de represálias silenciosas.

P. José Luzia, sacerdote em serviço na arquidiocese de Nampula
P. José Luzia, sacerdote em serviço na arquidiocese de Nampula

Apelo à pacificação e diálogo

A comunidade paroquial e os líderes locais estão fazendo apelos para que haja uma retirada pacífica dos ocupantes e um diálogo aberto com a Igreja e as autoridades competentes. Após uma invasão anterior no Seminário Propedêutico, Dom Inácio Saúre, arcebispo de Nampula, descreveu a situação como uma grave injustiça. Segundo ele, “estes espaços desempenham um papel importante na vida religiosa e social do país, e isto representa uma grande afronta. A Igreja nunca recorrerá à violência, mas pedirá sempre que a justiça seja feita”.

Contribuições da Igreja à sociedade

Dom Inácio enfatizou o papel positivo da Igreja Católica em setores essenciais, como na educação e saúde, através da Universidade Católica de Moçambique e várias escolas comunitárias, reforçando assim a importância de proteger as instituições e os espaços que lhes pertencem legalmente. A interferência em propriedades religiosas não só prejudica a Igreja, mas também afeta diretamente a vida da comunidade que depende das atividades sociais e educacionais promovidas pelo clero.

Perante a gravidade da situação, a Igreja Católica em Moçambique continua a chamar atenção para a urgência na proteção de seus bens e a busca de soluções pacíficas para conflitos que ameaçam a convivência harmônica de sua comunidade. O diálogo com as autoridades é visto como um passo crucial para restabelecer a ordem e garantir a justiça em Nampula.

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