Brasil, 27 de julho de 2025
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Os excessos digitais e seus impactos na saúde mental dos jovens

A dependência das telas está afetando a saúde emocional das novas gerações, levando a um aumento de problemas como ansiedade e depressão.

A realidade dos excessos digitais vividos pela atual geração não pode ser ignorada. Crianças e adolescentes passam, em média, de 6 a 9 horas por dia diante de telas, seja em jogos, redes sociais ou vídeos. Estudos recentes apontam que essa imersão em tecnologias digitais está correlacionada a um aumento significativo de problemas de saúde mental entre os jovens.

O impacto da hiperconectividade

Vivemos em uma era marcada por uma hiperconectividade sem precedentes. As redes sociais e os dispositivos móveis tornaram-se extensões quase inseparáveis da vida cotidiana, especialmente para as novas gerações. O psicólogo social Jonathan Haidt, em seu livro “A geração ansiosa: Como a infância hiperconectada está causando uma epidemia de transtornos mentais”, explora como o uso intensivo de telas contribui no crescimento alarmante de casos de ansiedade e depressão. Segundo Haidt, a partir da década de 2010, observou-se uma ruptura no desenvolvimento saudável da infância e adolescência, onde as interações face a face foram gradualmente substituídas por experiências digitais superficiais.

As plataformas digitais como Instagram, TikTok e Snapchat, muitas vezes, incentivam comparações constantes e idealizações irreais, prejudicando a autoestima dos jovens. A ansiedade emerge não apenas devido ao conteúdo consumido, mas também pelo modo como estas redes sociais moldam o comportamento e a interação social. A sickitação de validação instantânea através de curtidas e comentários transforma a percepção de valor pessoal.

Limites e cuidados na era digital

Um dos principais desafios é a ausência de controle parental sobre o uso das redes. Muitas famílias enfrentam dificuldades para estabelecer limites claros, seja por desconhecimento dos riscos ou pela pressão social pela conexão constante. Além disso, muitos pais, imersos na mesma cultura digital que seus filhos, sentem-se inseguros para impor restrições ao uso das telas. Isso gera um ambiente onde as crianças e adolescentes têm mais liberdade do que deveriam para consumir conteúdos potencialmente danosos.

A falta dessa mediação abre espaço para que as plataformas digitais dominem o cotidiano das crianças, afetando sua autonomia e saúde emocional. O design viciante dessas redes sociais, que seguem a lógica da “economia da atenção”, transforma a juventude em consumidores passivos, vulneráveis a algoritmos que alimentam vícios e distorcem a percepção da realidade.

A substituição das interações reais

Outro aspecto crítico abordado por Haidt é a substituição de interações presenciais por relações digitais superficiais. A comunicação mediada por telas, como mensagens e emojis, prejudica o desenvolvimento de habilidades socioemocionais fundamentais para a vida adulta. A constante exposição às telas não só compromete a qualidade do sono e a capacidade de concentração, como também se torna um fator que contribui para o isolamento emocional e a crescente taxa de problemas de saúde mental.

Os relatos de jovens incapazes de ficar longe de seus celulares por minutos são cada vez mais comuns, configurando uma dependência comportamental que afeta a regulação emocional e o autocontrole. Essa busca incessante por interações digitais cria um estado de alerta constante, aumentando os níveis de estresse e exaustão psíquica. Assim, torna-se evidente que o tempo excessivo diante das telas não é somente uma questão de tempo, mas de intensidade emocional e psicológica que compromete a saúde mental.

O desafio da educação e a necessidade de mudança

Frente a este cenário alarmante, a necessidade de promover uma cultura de moderação e presença se torna urgente. Educadores e responsáveis têm o papel crucial de ensinar práticas de uso consciente das tecnologias, como a implementação de “dietas digitais”, que incentivem momentos sem telas e promovam o tempo de qualidade offline. A recuperação do valor das relações humanas, do olho no olho e do tempo livre sem estímulos artificiais é essencial para um desenvolvimento saudável.

Jonathan Haidt ressalta que o problema não reside na tecnologia em si, mas no uso desmedido e sem limites. É crucial que pais e educadores estabeleçam um diálogo aberto sobre os riscos associados ao consumo excessivo de conteúdos digitais. Esse tema precisa ser abordado como parte da educação emocional das crianças e adolescentes, promovendo um equilíbrio saudável entre o mundo digital e o real.

Considerações finais

Com a monitorização e a educação adequadas, é possível restaurar os limites saudáveis entre o digital e o humano. Promover uma cultura de atenção plena e um uso responsável das tecnologias pode proporcionar um ambiente mais seguro e saudável para o crescimento emocional das novas gerações. Afinal, em uma sociedade que valoriza a conexão instantânea e a hiperexposição, é vital lembrar da importância do silêncio, da paciência e da experiência do presente.

Temos a responsabilidade de educar as futuras gerações para encontrarem um equilíbrio entre a modernidade e a vida real, promovendo saúde mental e emocional.

Leia mais sobre o tema na fonte.

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