Brasil, 26 de julho de 2025
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Coca-Cola lança versão adoçada com cana após influência política de Trump

Após intervenção de Trump, Coca-Cola anuncia nova fórmula com açúcar de cana, reabrindo debate sobre influência política em corporações

A Coca-Cola anunciou que lançará nos Estados Unidos uma nova versão de seu refrigerante clássico, adoçada com açúcar de cana, após uma intervenção direta do então presidente Donald Trump. A decisão, divulgada na rede social Truth Social pelo próprio Trump, foi vista como uma concessão política em meio à agenda do governo que busca promover ingredientes considerados mais “naturais”.

Decisão sob influência de Trump

Em postagem feita na manhã desta sexta-feira (26), Trump afirmou que conversou com a Coca-Cola e que a empresa teria concordado em substituir o xarope de milho por açúcar de cana. “Será uma decisão muito boa para eles, vocês vão ver. É simplesmente melhor!”, escreveu o ex-presidente. Pouco depois, a Coca-Cola confirmou o lançamento de uma nova versão do produto, prevista para o outono deste ano, sem descontinuar a fórmula tradicional.

Estrutura de poder e influência na Coca-Cola

A Coca-Cola Company é uma multinacional de capital aberto listada na Nasdaq, com cerca de 3.514 acionistas. Destes, aproximadamente 60% das ações estão dispersas entre investidores menores e 40% pertencem a grandes blocos institucionais, como BlackRock, Vanguard e Berkshire Hathaway. Warren Buffett, presidente da Berkshire Hathaway, é o maior acionista individual, com 9,29% das ações, embora não participe da gestão cotidiana, sua influência estratégica é significativa.

Apesar do peso de acionistas e figuras públicas, a governança da Coca-Cola é estruturada por comitês especializados e supervisionada por um conselho internacional, liderado pelo CEO James Quincey, desde 2017. Conhecido por liderar aquisições estratégicas como a mexicana Jugos del Valle, Quincey conhece bem os mercados onde o açúcar de cana é padrão, como México e Brasil, o que reforça o valor simbólico e comercial de uma Coca-Cola “mais natural”.

Política, marketing e percepção pública

A troca parcial do adoçante ocorre em meio a uma narrativa política promovida por Trump e membros do seu gabinete, como o secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., que defendem a redução de ingredientes ultraprocessados na alimentação. A nova Coca-Cola adoçada com açúcar de cana surge como um produto símbolo dessa retórica, embora estudos nutricionais apontem que açúcar e xarope de milho tenham efeitos semelhantes no organismo.

Essa mudança gerou reações da indústria do milho, representada pela Corn Refiners Association, que alertou para possíveis impactos na geração de empregos e aumento dos custos, sem benefícios nutricionais comprovados. A movimentação também reacendeu a discussão sobre o grau de influência do poder político nas decisões de empresas privadas.

Quem realmente manda na Coca-Cola?

Apesar do peso de acionistas minoritários e influências externas, o funcionamento interno da Coca-Cola obedece a uma governança corporativa sólida. A empresa é conduzida por comitês temáticos e supervisionada por um conselho que reúne executivos e conselheiros renomados, incluindo figuras como Ana Botín (Banco Santander) e Christopher Davis (Berkshire Hathaway). A gestão executiva é liderada pelo britânico James Quincey, que desde 2017 coordena a estratégia global da marca.

O comando estratégico da Coca-Cola, portanto, é um reflexo de uma estrutura que combina interesses de acionistas, influências políticas e decisões internas, evidenciando a complexidade de uma gigante corporativa em um cenário de forte repercussão política.

Para entender mais sobre os bastidores da influência política nas corporações, confira o artigo completo neste link.

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