Documentos desclassificados pela Polícia de Moscow, Idaho, expõem detalhes novos e perturbadores sobre o brutal assassinato de quatro estudantes da Universidade de Idaho, além de oferecer uma visão aprofundada sobre Bryan Kohberger, condenado à prisão perpétua nesta semana. Contudo, uma pergunta permanece sem resposta: qual foi o motivo que levou Kohberger a cometer o crime?
Detalhes violentos do ataque e comportamento de Kohberger
Os relatórios descrevem as vítimas devastadas, cobertas de sangue e com inúmeras lacerações fatais. Kaylee Goncalves foi disfigurada após mais de 20 perfurações, enquanto Kernodle sofreu mais de 50 golpes de lâmina — indicativo de luta corporal, segundo a polícia. As evidências apontam que Kohberger escolheu a casa ao acaso, sem ligação social conhecida com os estudantes.
Movimentações antes e após o crime
A investigação revelou que um entregador do DoorDash passou pelo local às 4h da manhã, pouco antes do ataque, e que viu uma jovem na janela do terceiro andar que se escondia ao olhar para fora. Kohberger foi visto entrando na residência atrás do carro de um entregador, embora sem que ele fosse detectado na ocasião pela delivery. A polícia também encontrou uma pá no carro de Kohberger, com terra compatível com a região de Moscow.
O silêncio das sobreviventes e o medo na cena do crime
As duas colegas que sobreviveram ao ataque, Dylan Mortensen e Bethany Funke, revelaram à polícia que estavam embriagadas e confusas na madrugada dos assassinatos. Mortensen relatou que, ao ouvir sons e ver o suspeito, ficou apavorada e só conseguiu descrever sua aparência após o crime ter ocorrido. Ela afirmou ainda que pensou em estratégias de fuga para escapar caso o agressor voltasse.
Interações com tecnologia e pistas na investigação
As autoridades efetuaram inúmeras requisições a empresas de tecnologia, incluindo Google, Tinder e Reddit, para obter informações das contas dos suspeitos e vítimas, focando em buscas suspeitas na internet relacionadas ao crime. Também solicitaram dados da T-Mobile sobre dispositivos próximos à residência na noite do crime.
O suspeito e suas conexões
Kohberger, estudante de doutorado em criminologia, alegou às autoridades que soube do crime por meio de um alerta em seu telefone. Investigações de soil samples do carro confirmaram que ele esteve na região de Moscow. Pessoas que tiveram contato com Kohberger antes e depois do crime o descrevem como inteligente, egoísta e obsessivo — com comportamentos incomuns, como uma lavagem excessiva das mãos e queimaduras aparentes no rosto e mãos.
Falta de motivo claro e conexões desconhecidas
Apesar das múltiplas hipóteses levantadas, os policiais ainda não identificaram uma razão concreta para a escolha da casa ou o motivo do ataque. Não há evidências de que Kohberger conhecesse as vítimas pessoalmente, nem de contatos nas redes sociais. Humberto Goncalves, irmão de Kaylee, relatou que ela suspeitava que tinha um stalker, o que reforça a questão do motivo ainda não esclarecido.
Próximos passos e a incógnita persistente
Embora Kohberger tenha recebido uma sentença de prisão perpétua, a motivação que o levou a cometer o assassinato segue sendo um mistério para as autoridades. A polícia declarou que não hallou qualquer conexão social ou digital entre o criminoso e as vítimas, o que reforça a teoria de que a casa foi escolhida aleatoriamente.
James Fry, chefe de polícia de Moscow, afirmou que apenas Kohberger sabe o verdadeiro motivo, e essa resposta ainda é uma incógnita. As investigações continuam, buscando entender o que levou o estudante a cometer um crime tão brutal e impensável.
Esta reportagem foi publicada originalmente pelo HuffPost e traz uma análise aprofundada das recentes revelações na investigação.