O governo federal anunciará uma política nacional para ampliar a exploração de terras raras no Brasil, em meio à crescente demanda global por esses elementos essenciais à tecnologia moderna. A iniciativa visa aproveitar o potencial do país para fortalecer a cadeia produtiva e a independência em relação às importações.
Potencial e desafios das terras raras brasileiras
Apesar do nome, as terras raras não são necessariamente escassas, mas são difíceis de separar e processar. Composto por 17 elementos químicos, o grupo inclui os 15 lantanídeos, além do escândio (Sc) e do ítrio (Y). Esses elementos são utilizados em celulares, turbinas eólicas, veículos elétricos e tecnologias de ponta, com alta valorização no mercado internacional.
Segundo especialistas, o Brasil possui reservas consideráveis dessas terras, especialmente na região Norte, mas enfrenta dificuldades na exploração devido às tecnologias avançadas necessárias para a sua extração e processamento. “A construção de uma cadeia produtiva nacional é fundamental para reduzir a dependência de países como a China”, afirmou a especialista em mineração, Ana Oliveira.
Razões para uma política específica para terras raras
De acordo com fontes do governo, a criação de uma política nacional tem o objetivo de incentivar investimentos em exploração e processamento local, além de criar um ambiente regulatório mais favorável. A medida deve também atrair recursos de empresas internacionais interessadas em garantir o acesso às terras raras brasileiras.
O ministro de Minas e Energia destacou que a estratégia é uma prioridade da agenda de inovação tecnológica do país. “Queremos transformar nossas reservas em uma vantagem competitiva, criando empregos e impulsionando a economia verde”, afirmou o ministro.
Contexto internacional e o papel do Brasil
Com a crescente demanda mundial por veículos elétricos e energias renováveis, as terras raras tornaram-se commodities estratégicas. Países como Estados Unidos, Austrália e Canadá também intensificam suas explorações para garantir maior autonomia. Segundo análises do mercado, a iniciativa brasileira pode ajudar a diversificar fornecedores globais.
O tema também é tratado com atenção na comunidade internacional, com debates sobre o impacto ambiental da exploração e a necessidade de práticas sustentáveis.
Próximos passos
O governo anunciou que pretende lançar, ainda neste semestre, um projeto de lei para regulamentar a exploração de terras raras e oferecer incentivos fiscais e ambientais às empresas do setor. A expectativa é que a política ganhe força para consolidar o Brasil como um player relevante nesse mercado estratégico.
Mais informações podem ser acessadas no site do G1.